O Hospital de Campanha do Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, registrou a primeira morte neste domingo (12) por coronavírus. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o paciente de 36 anos, portador de doença de Chagas, apresentou piora clínica e faleceu.
O hospital começou a receber pacientes na segunda-feira (6).
Às 15h deste domingo, os dois hospitais de campanha da cidade de São Paulo registram 74 pacientes internados. O HMCamp do Pacaembu tem 61 leitos ocupados e, deste total, 55 pacientes estão em leitos de baixa complexidade e seis na sala de estabilização, equipada com recursos para tratamento de pacientes mais graves. Três pacientes tiveram alta e vão seguir o tratamento em domicílio, e está prevista, ainda para este domingo, a admissão de mais 19 pacientes.
O Hospital de Campanha do Anhembi, que conta com 326 leitos prontos tem 13 pacientes internados em leitos de baixa e média complexidade. Desses, 12 estão em leitos de enfermaria e um na sala de estabilização.
Os dois hospitais de campanha funcionam de portas fechadas, ou seja, quem tiver sintomas não deve procurar os espaços. O atendimento é destinado exclusivamente a pacientes diagnosticados com coronavírus transferidos da rede municipal da saúde.
Mortes
O número mortos por coronavírus no estado de São Paulo subiu para 588 neste domingo (12). Há mais de uma uma semana, em 4 de abril, eram 260 mortes, segundo divulgou a Secretaria Estadual de Saúde. No sábado (11), eram 560 mortes confirmadas.
Entre as vítimas fatais, estão 339 homens e 249 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 73,4% das mortes. As mortes foram registradas em 63 municípios do estado.
Pacaembu
A tenda de 6,3 mil m² no Pacaembu foi erguida pela Prefeitura de São Paulo em 10 dias. No dia 1°, o Hospital Albert Einstein assumiu a administração do HM Camp.
O hospital tem 200 leitos de baixa e média complexidade, sendo oito leitos de UTI para socorrer pacientes que apresentem complicações.
O objetivo do HMCamp é liberar os leitos dos hospitais municipais, de maior complexidade para internação de pacientes com quadros mais graves, particularmente aqueles com necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI).
O serviço de saúde vai atender a população com 520 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais, divididos em três turnos.
A Secretaria de Estado da Saúde gastou mais de R$ 8 milhões com a implantação das estruturas hospitalares temporárias nos complexos do Anhembi e Pacaembu. Juntos, eles serão ocupados por dois mil leitos.
Durante todo o período, o Complexo do Pacaembu estará fechado para o público em geral e para a prática esportiva durante toda essa operação.
Como será o atendimento
Segundo a secretaria estadual de Saúde, os usuários serão tratados durante o tempo necessário para a sua recuperação e posteriormente encaminhados para suas casas. Caso o quadro de saúde se agrave, o paciente será encaminhado para um dos leitos de estabilização.
Na eventualidade de piora do quadro clínico, o paciente utilizará os recursos disponíveis na sala de recuperação e se necessário será transferido para um hospital com recursos de UTI.
O Hospital contará com equipamentos para realização de exames de imagens, incluindo tomografia, e laboratório para realização de exames de análises clínicas.
Para evitar contaminação, os familiares não terão acesso aos pacientes e nem poderão circular pelo interior do hospital. As famílias serão informadas sobre o quadro clínico dos pacientes e terão apoio psicológico sempre que necessário.
oto: Edilson Dantas / Agência O Globo