Silvonei José de Jesus Souza, um telhadista autônomo que foi condenado por estelionato, extorsão e obtenção de vantagem indevida ontem, cumprirá pena do presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Caso não se lembre do caso, Souza pediu R$ 300 mil para a primeira-dama Marcela Temer como chantagem; se o valor fosse entregue, ele não divulgaria fotos íntimas e áudios de Marcela. O homem foi condenado a cinco anos e 10 meses de prisão.
De acordo com reportagem, os crimes de Souza começaram nas ruas da Santa Ifigênia, local conhecido em São Paulo por possuir inúmeras lojas de eletrônicos. Tudo começou há 8 anos, quando Souza comprou um HD usado por R$ 250. Nesse disco rígido, estava presente um banco de dados de um provedor de internet, não revelado, com informações sensíveis como email, CPF, telefones e números de contratos.
Souza comprou um HD usado por R$ 250 na Santa Ifigênia, em SP
É preciso notar um ponto: Souza não é um hacker, mesmo que muitos veículos estejam tratando o homem dessa forma. Caso seja necessário usar um termo, o mais próximo seria “cracker”, e mesmo assim Souza não possui a habilidade necessária para tal. A investigação encontrou o homem por meio do endereço de IP, algo facilmente simulado por um cracker com conhecimento técnico.
Todos os detalhes relatados podem ser encontrados na decisão da juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 30° Vara Criminal.
Como as imagens foram encontradas
No processo, Souza diz que pesquisou pelo nome de Marcela Temer no banco de dados e o encontrou, então, usou o email oferecido para resgatar a senha do iCloud da atual primeira-dama.
Depois disso, Souza restaurou um bakup de fotos e vídeos de Marcela no próprio iPhone e arquivou algumas imagens e áudios. Souza também foi capaz de acompanhar mensagens trocadas pelo WhatsApp e até fingiu ser Marcela em conversa.
No dia 5 de abril, o “cracker” entrou em contato direto com Marcela Temer: foram pedidos R$ 300 mil para que fotos íntimas não fossem divulgadas. Para provar a veracidade, Souza ainda enviou fotos de Temer e “Michelzinho”, filho do presidente atual, e imagens da própria Marcela. O homem ainda afirmou que existiam interessados na compra desses dados.