A Harley-Davidson lançará no mercado brasileiro seu modelo mais acessível. Considerando os preços nos Estados Unidos e na Europa, a Street 750 (codinome XG 750) deve sair por cerca de R$ 28 mil no Brasil, menos do que a Iron 883, até então a mais barata da marca e que custa R$ 32.900.
A expectativa é que o modelo comece a ser montado em Manaus ainda neste ano. Ele foi um dos que a marca disponibilizou para avaliação na apresentação da linha 2015, na Califórnia, na semana passada (o colunista viajou aos EUA pela Revista da Moto e a convite da Harley-Davidson).
Também disponível em versão de 500 cc no exterior, a Street oferecerá à Harley a chance de atuar com mais força em mercados emergentes, como Índia e Brasil, onde serão montadas, além de conquistar clientes mais jovens e de menor poder aquisitivo em mercados consolidados, como a Europa e os EUA.
É conhecido o potencial de crescimento no mercado do Brasil das motos de mais de 450 cc. De acordo com os números divulgados pela associação dos fabricantes, a Abraciclo, no primeiro semestre de 2014 a venda de motos no Brasil retrocedeu 12,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Mas, ao considerar apenas os modelos de 450 cc ou mais, essa realidade se inverte, com vendas 13% maiores.
A explicação para a queda do mercado geral tem relação com a restrição ao crédito para a compra de motos pequenas. Já o cliente das motos maiores, menos dependente de financiamento, empurra para cima os indicadores, o que motiva os fabricantes a capricharem na oferta.
Marcas de olho no nicho
A Honda, líder disparada do mercado brasileiro e dona de mais de 80% do bolo, é agressiva no nicho que vai dos R$ 25 mil a R$ 35 mil.
Além de manter a antiga 400 cc, a NX4, a empresa lançou a NC 700X em 2012. No ano seguinte, iniciou uma família de motos de 500 cc – as CB 500X (foto ao lado), CB 500S e CBR 500 – que se tornaram as best-sellers da faixa de preço inferior a R$ 30 mil.
Mesmo sem novidades, a Yamaha viu suas XT 660R e XT 660Z (foto abaixo) crescerem na preferência dos consumidores, praticamente dobrando a venda desses modelos nesta primeira metade de 2014.
De olho nesse aquecido segmento estão também marcas tidas como “premium”. Apesar de a capacidade industrial delas no Brasil ser menor do que as pioneiras Honda e Yamaha, essas empresas não querem ficar de fora do segmento que mais vende.
Um exemplo é a alemã BMW, conhecida por modelos exclusivos que custam mais de R$ 100 mil, mas que não deixará a pé quem entrar em uma de suas revendas e não quiser (ou não puder) gastar mais de R$ 30 mil. Para esse cliente, a BMW oferece sua versátil trail G 650 GS, cujo preço sugerido é de R$ 29.800.
Por pouco mais que isso, R$ 31.490,00, a britânica Triumph entrega aos consumidores brasileiros ávidos por se destacarem na paisagem ao guidão de algo diferente sua clássica Bonneville T 100 (ao lado), bicilíndrica de 865 cc que aposta todas suas fichas misturando o estilo retrô com uma mecânica bem atual.
Como é a Street
A Street será a primeira moto da marca a trazer motor e chassi 100% novos em 14 anos desde a V-Rod apresentada em 2001.