Um evento realizado no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira (11) condecorou com o prêmio de “Policial Nota 10” 80 policiais do Grupo de helicópteros Águia, bombeiros e policiais civis que participaram de ocorrências de destaque é que atuaram na operação de resgate de vítimas atingidas pelo rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O governador, João Doria (PSDB), agraciou com medalhas e um certificado os policiais e afirmou que o evento se repetirá mensalmente. Entre os homenageados estavam policiais civis que realizaram a prisão de 8 pessoas responsáveis por um tribunal do crime que levou à morte uma policial militar na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo.
“Esta iniciativa vai se repetir todos os meses para prestigiar segurança pública. Polícia é prioridade no nosso governo, não só a valorização, como também o salário e os equipamentos de trabalho”, disse Doria.
O capitão dos bombeiros de São Paulo Robson Mitsuo ficou durante quatro dias em Minas Gerais realizando buscas na lama, atuando com mais 40 bombeiros paulistas. Eles recebiam logo cedo pela manhã a indicação da área em que atuariam e eram jogados na lama pelos helicópteros.
A equipe do capitão encontrou 5 corpos de vítimas em 3 dias em que participaram das buscas.
“Estamos acostumados com a lama de quando há encostas ou desabamentos em São Paulo, mas a lama de minério é diferente, além do risco de ter algo tóxico, ela é mais fluida, você não consegue andar nela. Tínhamos que ir quase na horizontal, arrastando, para não afundar, porque é quase possível nadar nela. Se você caminhar, você afunda”, disse o capitão, que integra o 2. Grupamento de Bombeiros de SP e foi um dos homenageados por Doria.
Segundo Matsuo, os bombeiros paulistas eram divididos em grupos de 6. “Não tinha como parar para comer, você está em uma emergência, não tem como sair do local depois de 4 ou 5 horas para comer. Ficávamos horas seguidas na lama, evitávamos até tomar água do nosso cantil (que fica preso à farda) para não contaminar. Você está com lama até a cabeça, nas mãos, em tudo, não tem como parar para lavar a mão para pegar algo e nem sair de lá. O máximo que fazíamos era comer uma barra de cereal e tomar água “, afirmou o oficial.
Foto: Tahiane Stochero/G1