O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel afirmou nesta segunda-feira (25) que deu instruções aos funcionários do seu ministério para recusarem a emissão de novos vistos para funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como a renovação dos já existentes.
A decisão é motivada pela insatisfação com a atitude da ONU durante a guerra em Gaza, entre Israel e o Hamas.
“A conduta da ONU desde 7 de outubro é uma vergonha para a organização e para a comunidade internacional, a começar pelo secretário-geral [António Guterres], que legitimou crimes de guerra e crimes contra a humanidade, passando pelo Alto Comissário para os Direitos Humanos, que publica calúnias de sangue sem fundamento”, afirmou o ministro Eli Cohen numa mensagem na sua conta da rede social X, antigo Twitter.
Desentendimentos
A animosidade entre Israel e a ONU se intensificou no fim de outubro, após o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, criticar os bombardeios promovidos por Israel em Gaza. Depois das críticas, Eli Cohen cancelou uma reunião com o chefe da organização.
Entre as observações feitas por Guterres ao Conselho de Segurança, foi dito que os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro “não aconteceram no vácuo”.
Como resultado, representantes do governo anunciaram que Israel suspenderia os vistos para funcionários da ONU. Na época, Israel já havia rejeitado um pedido de visto do subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.
Na mesma semana, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas aprovou uma proposta de resolução da Jordânia e dos países árabes sobre o conflito entre Israel e o Hamas. O texto pedia uma “trégua humanitária imediata” na guerra.