O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) autorizou a fábrica da Ford, em Taubaté (SP), a aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz a jornada e o salário dos trabalhadores. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (24).
Antes da aprovação do governo federal, a proposta precisou ser aprovada pelos trabalhadores. Ao todo, a unidade emprega cerca de 1,5 mil trabalhadores.
A medida vale a partir de 1º de março, por seis meses, mas pode ser estendida até 30 de junho de 2017. Em contrapartida, a empresa não pode demitir até março de 2018 – exceto por justa causa.
A proposta prevê a redução de 20% no salário e na jornada de trabalho aos funcionários da planta. No rendimento mensal, o governo daria contrapartida de 10% por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – com isso, os funcionários receberiam 90% do salário mensal.
Por nota, a Ford confirmou a aprovação para aderir ao programa pró-emprego na fábrica de Taubaté, que será implantada a partir de março.A unidade da montadora em Taubaté fabrica motores, transmissões e componentes automotivos. Os motores abastecem as linhas de montagem de Camaçari (BA), onde são produzidas as linhas Fiesta e EcoSport, e São Bernardo do Campo (SP), onde são montados o Novo Ka e a Courier. Todos esses modelos são vendidos no Brasil e em outros países da América do Sul, assim como no México.
Crise automotiva
Para evitar demissões na fábrica de Taubaté, a Ford adotou em 2015 uma série de medidas para adequar a produção à demanda do mercado. Entre elas estão férias coletivas, suspensão dos contratos de trabalho ‘layoff’. Mesmo assim, em março do ano passado, a multinacional demitiu 140 pessoas.
A Ford é a quinta empresa da região a aderir ao modelo pró-emprego – além dela também aderiram a Grammer, em Atibaia; Volkswagen e Gestamp, em Taubaté, e a Maxion em Cruzeiro.