A General Motors ameaça demitir 1.600 trabalhadores da fábrica de São José dos Campos caso o acordo de layoff (suspensão dos contratos de trabalho) seja rejeitado.
A montadora discutirá a proposta nesta terça-feira (2) na segunda rodada de negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas.
A GM alega que tem um excedente de 1.600 trabalhadores em São José e que a suspensão dos contratos de trabalho desse grupo seria uma forma de adequar a produção à demanda do mercado.
A intenção da montadora é adotar um layoff por cinco meses, com possibilidade de prorrogação por mais cinco, “com tempo para atravessar a turbulência econômica” do país, segundo a empresa.
O Sindicato dos Metalúrgicos cobra da montadora a garantia de estabilidade do emprego dos funcionários.
“Se um acordo de layoff não for possível, a GM não tem outra escolha a não ser o desligamento do excedente de mão de obra”, informou a montadora em comunicado aos trabalhadores da fábrica.
Negociação
No mesmo comunicado, a GM alega que o Sindicato dos Metalúrgicos “faz reivindicações que tornam impossível a negociação do layoff” e que “não estão relacionadas ao debate que precisa ser feito”.
“O sindicato alega que a GM está apresentando lucros crescentes e que as vendas estão se recuperando. A verdade é que as vendas continuam em baixa e a GM não está alcançando seus resultados financeiros no Brasil”, sustentou a empresa.
A direção da GM não foi localizada nesta segunda-feira (1º) para comentar o assunto.
Estabilidade
Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, Renato Almeida, a categoria aceita o layoff desde que a montadora garanta a estabilidade do emprego dos funcionários afastados.
“A GM quer fazer o layoff para mandar esses funcionários embora e não vamos aceitar. A GM não vive um mau momento, muito pelo contrário. Ela é a primeira em faturamento no Brasil. Não tem fundamento ela ameaçar os trabalhadores de demissão”, disse.
Em meio ao impasse nas negociações envolvendo o layoff, a GM programou quatro dias de parada da produção.
A medida foi adotada na quinta (27), na sexta-feira (28) e no sábado (29), e será repetida nesta terça-feira para todos os trabalhadores das linhas S10/Trailblazer, CCM, estamparia e injetores.