Da arquibancada, a equipe masculina do Brasil acompanhava a apresentação dos Estados Unidos na noite deste domingo. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Luis Guilherme Porto sabiam que tinham feito um ótimo trabalho mais cedo, na primeira subdivisão dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Era questão de tempo para conhecer a cor da medalha do grupo. E ela foi dourada! Nem precisou secar os americanos, que ficaram com a prata. O Brasil faturou a medalha de ouro por equipes na ginástica artística e mais 12 vagas nas finais individuais.
O Brasil mostrou mais uma vez que está consolidado entre as grandes equipes no masculino. Os 250,450 pontos deste domingo colocariam o país na quarta posição da classificatória do Mundial do ano passado, à frente inclusive da equipe principal dos Estados Unidos. No Pan, os americanos foram com um time B, que apostou em séries mais simples, porém bem executadas. Quase deu certo, mas os 249,400 não foram o suficiente para barrar os brasileiros. O Canadá levou o bronze, com 246,725.
– Eu estava fazendo contas de todo jeito. No final achava que o Brasil já tinha ganhado, mas ainda faltava uma nota de um americano. Eu só queria ganhar (risos). O time do Brasil foi maravilhoso, fez seu papel. Era um objetivo nosso bater os 250 pontos. A equipe fez por merecer. Os 15 pontos (nas argolas) foram bons. Uma série para um ponto só de desconto hoje em dia é muito boa. É trabalhar e se possível melhorar essa nota na final – disse Zanetti, que tirou nas argolas a maior nota entre todos os aparelhos na competição.
Zanetti e Chico estavam na equipe do Brasil no Pan de Guadalajara, em 2011, quando o país conseguiu seu primeiro título da competição. Eles agora são bicampeões pan-americanos. Caio e Nory estavam na equipe vice-campeã em Toronto 2015. Luis Guilherme estreou no Pan já com o ouro.
Todos tiveram importante participação. Zanetti puxou o grupo nas argolas com um notão. Nory colocou suas notas em todos aparelhos no somatório da equipe. Chico teve uma competição 100% e foi fundamental para salvar o cavalo com alças do Brasil. Caio brilhou especialmente no salto e nas barras paralelas. E o caçula Luis também voou no salto.
O Pan de Lima foi um ensaio de luxo para o Brasil de olho no Mundial de Stuttgart, em outubro. Na Alemanha, os brasileiros vão buscar uma das nove vagas na disputa por equipes para a Olimpíada de Tóquio 2020 – China, Rússia e Japão já estão garantidos.
Brasileiros classificados para as finais individuais
- Individual geral – Arthur Nory (2º) e Caio Souza (5º)
- Solo – Arthur Nory (5º) e Arthur Zanetti (7º)
- Cavalo com alças – Francisco Barretto (5º)
- Argolas – Arthur Zanetti (1º) e Caio Souza (8º)
- Salto – Luis Guilherme Porto (3º)
- Barras paralelas – Caio Souza (1º) e Arthur Nory (5º)
- Barra fixa – Arthur Nory (1º) e Francisco Barretto (2º)
A final por equipes aparelho por aparelho
Barras paralelas
O Brasil começou muito bem a disputa. Coube ao estreante Luis abrir o trabalho, e ele passou sem grandes falhas para conseguir 13,050 pontos. Uma boa nota que ainda acabou sendo descartada, porque depois o Brasil ainda conseguiu três séries praticamente cravadas com Nory (14,300), Chico (14,000) e Caio, que comemorou muito a nota 14,850, a melhor do dia nas barras paralelas. Somando 43,150 pontos, o Brasil foi o líder no aparelho.
Foto: Ricardo Bufolin / CBG