Teresópolis, 26 de dezembro de 2010. Neymar se apresentava ao técnico Ney Franco para iniciar a preparação para o Sul-Americano Sub-20, no Peru. Arequipa, 12 de fevereiro de 2011, o time canarinho goleava o Uruguai por 6 a 0, selava a conquista da competição e a vaga para as Olimpíadas de 2012, em Londres. As datas acima relembram a trajetória de três jogadores que participaram há quase quatro anos de uma conquista que credenciou uma geração. Neymar, Danilo, Lucas. Nomes que foram fundamentais naquela conquista, mas que agora são o futuro da seleção brasileira em busca de uma vaga na Copa da Rússia.
Neymar puxa a fila. Capitão da equipe comandada por Dunga, o jogador sabe que a Seleção foi obrigada a pular etapas e promover jovens jogadores por conta de uma geração que ficou pelo caminho. Nomes como Ronaldinho Gaúcho e Adriano não permaneceram por muitos anos na equipe nacional e abriram espaço para a garotada. Apesar disso, o atual camisa 10 do Brasil banca o grupo que conheceu naquela conquista em solo peruano.
– Estou num momento diferente de alguns que têm a minha idade. Mas são todos jogadores de qualidades. São craques e sei que são. Por isso, eu banco. Tem que ter calma, dar confiança. Foi assim comigo. Não cheguei na Seleção como o cara. Tive que ganhar confiança, conquistar o meu espaço para chegar onde cheguei. Quando eles encontrarem esse timing, esse momento, tudo vai dar certo. É uma grande geração. Se for trabalhada da maneira certa tem muito a crescer e a ganhar – disse Neymar.
Dos veteranos que podem ajudar no amadurecimento, Dunga testou dois. Robinho foi para a Copa América, mas não rendeu o esperado. Agora, o nome da vez é Kaká. Convocado para os amistosos nos Estados Unidos, o jogador do Orlando City, aos 33 anos, tem a missão de ser a referência e ajudar a garotada a selar a classificação do Brasil ao Mundial de 2018.
– A maior demonstração que terei que dar será no comportamento, na atitude. Se tiver que ajudar em campo, eu vou ajudar. Mas o principal é mostrar aos outros como deve ser nas atitudes.
Philippe Coutinho faz parte da mesma geração, mas não disputou o Sul-Americano de 2011. Foi peça-chave na conquista do Mundial sub-20, no mesmo ano, meses mais tarde, assim como Oscar. O meia do Chelsea, que chegou a ser convocado por Dunga para os amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos, acabou cortado por lesão. Casemiro, Alex Sandro, Fernando… Jogadores que hoje podem não estar na Seleção, mas que já foram lembrados por Dunga ou pelo antecessor Luiz Felipe Scolari. Almejam conquistar algo mais com a amarelinha.
Dos três remanescentes daquele Sul-Americano descrito acima, Neymar é realmente quem tem mais jogos e gols. Foram 65 partidas e 44 gols. Lucas, do Paris Saint-Germain, vem em segundo. Fez apenas 31 jogos (4 gols). Danilo foi quem menos atuou, mas com o processo de renovação feito por Dunga após a Copa do Mundo foi quem ganhou a chance de ser titular. Até aqui, o lateral do Real Madrid entrou em campo em 14 oportunidades.
– Bacana reencontrar os amigos, alguns amigos que estiveram comigo no Sul-Americano e que me ajudaram a vencer. Feliz com a chance de estar ao lado deles novamente e vou fazer de tudo para aproveitar – disse Lucas Moura, que na competição de 2011 marcou três vezes no jogo decisivo diante do Uruguai.
Neste sábado, às 17h (de Brasília), a geração de Neymar, Lucas, Danilo & cia terá a oportunidade de mostrar que pode dar conta do recado. A seleção brasileira vai enfrentar a Costa Rica, no estádio do New York RB, em sua penúltima partida de preparação antes do início das eliminatórias sul-americanas para a Copa da Rússia.