“Lutem pela massa”, dizia o mosaico da torcida no Independência. Quem disse que seria fácil? Foi na raça. Foi no estilo do Galo. Tenso, dramático. Depois de vencer em Porto Alegre por 2 a 1, o Atlético empatou com o Internacional por 2 a 2, nesta quarta-feira, e está na final da Copa do Brasil. Vai enfrentar outro gaúcho, o Grêmio, que eliminou o Cruzeiro.
As falhas do Atlético foram compensadas com luta no primeiro gol e qualidade no segundo. O Inter, que concentra as forças no Campeonato Brasileiro, onde briga contra o rebaixamento, mandou a campo um time com reservas. Mas isso não significou facilidades. O Alvinegro voltou a ter problemas na marcação e deu chances ao rival.
Vaga dramática
Empurrado pela torcida, o Atlético foi para o abafa. Com boa movimentação de Lucas Pratto pela direita, o time tentou criar jogadas, mas esbarrou na defesa colorada.
O objetivo inicial do Inter era segurar a pressão alvinegra. Os gaúchos armaram o contra-ataque e foram os primeiros a levarem perigo, em um chute de Valdívia aos 11 minutos, defendido por Victor.
Mais uma vez, o Atlético teve dificuldades para sair jogando ou para finalizar as jogadas. A marcação do contragolpe também deixou a desejar. O Inter insistiu no erro mineiro e foi premiado aos 26 minutos. Pelo lado direito, a bola passou por Valdívia, Anderson e terminou no chute de Aylon para as redes: 1 a 0.
A torcida alvinegra reagiu e gritou: “Vamos virar, Galo!”. Aos 30 minutos, Lucas Pratto dominou na área e carimbou a trave gaúcha. Nove minutos depois, foi a vez de Carlos César receber de frente para o gol e bater em cima do goleiro.
As chances surgiram, mas o Atlético seguiu falhando na marcação e dando oportunidades ao Inter. Aos 40, Aylon ganha no alto de Victor, mas cabeceia para fora.
O empate foi na raça. Luan errou o passe, mas brigou pela bola no meio-campo. Pratto não desistiu, dominou e lançou Robinho. O atacante chutou e fez 1 a 1, aos 46 minutos.
A torcida fez a festa, mas levou uma ducha de água fria aos 49 minutos. Um erro do ídolo Victor custou caro. O goleiro dominou muito mal o recuou de Erazo e permitiu que Anderson roubasse a bola e mandasse para a meta: 2 a 1. Os atleticanos deram total apoio ao camisa 1.
Na etapa final, o roteiro não mudou. O contra-ataque do Internacional deu ares dramáticos ao confronto. Quase empliou com Valdívia cobrando falta.
A torcida pediu Cazares e Marcelo Oliveira atendeu, sacando Luan. Enfim a qualidade atleticana apareceu. Mas quem decidiu foi o trio Donizete, Robinho e Pratto. O primeiro iniciou a jogada, o segundo tocou de primeira e o terceiro dominou na área e estufou as redes: 2 a 2.
Os atleticanos lamentaram que o chute de Carlos César, aos 28 minutos, foi desviado com a ponta dos dedos pelo goleiro Danilo Fernandes. Na cobrança do escanteio, quase o terceiro gol. Em seguida, Otero mandou a bomba e o goleiro fez outra boa defesa.
A dramaticidade tomou conta do Independência. Bola com o Inter, tensão. Bola com o Galo, expectativa. Nos acréscimos, o clima esquentou. Discussão, empurra-empurra. A massa gritou: “ão, ão, ão, segunda divisão” para o Inter. O árbitro pediu a bola. Alívio total. O Atlético está na final da Copa do Brasil.