Os funcionários da Embraer de São José dos Campos aprovaram na manhã desta quinta-feira (17) abono de R$ 4 mil e reajuste salarial de 5% para 2017. Segundo o sindicato, esta foi a sexta proposta feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa as empresas do setor aeroespacial.
A Fiesp ofereceu duas opções após a ameaça de greve da categoria na última semana. Uma delas oferecia abono de R$ 9 mil para todos funcionários e congelamento de salários. A segunda opção, que foi a única oferecida pelo sindicato na assembleia, é de abono de R$ 4 mil e reajuste de 5% a partir de janeiro de 2017.
A assembleia reuniu cerca de 5 mil trabalhadores, que aprovaram a segunda proposta. Para a votação, houve atraso na entrada do primeiro turno de cerca de duas horas. Inicialmente, a empresa havia oferecido abono de R$ 4 mil e congelamento de salários.
Redução de jornada
Além da campanha salarial, os trabalhadores aprovaram uma proposta contra o layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) oferecido pela Embraer. Na última semana, a empresa abriu negociação com a categoria para suspender temporariamente os contratos de até dois mil trabalhadores.
A fabricante de aeronaves alega que a medida é uma tentativa de adequar a produção à demanda do mercado. A empresa já tinha aberto Programa de Demissão Voluntária (PDV) nos últimos meses e demitido 1,6 mil funcionários.
A categoria é contra a proposta de layoff e propõe redução da jornada de trabalho, sem redução de salários. A medida é uma contraproposta ao layoff e reduziria a jornada semanal de 43 para 40 horas.
“Acreditamos que com essa redução de jornada, a Embraer consegue reduzir a ociosidade que ela alega, sem ter que afastar nenhum trabalhador”, disse Herbert Claros, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.