Fernando Diniz fez sua escolha: poupar alguns de seus principais jogadores, como Ganso e Cano, contra o Fortaleza neste sábado, no Castelão, para estarem com fôlego para encarar o River Plate-ARG na terça-feira, na Argentina. A opção se mostrou péssima.
Do outro lado estava o time comandado por Juan Pablo Vojvoda que, junto com o Fluminense e o Palmeiras, tem o melhor futebol no Brasil hoje.
Não deu outra: mesmo colocando suas estrelas no segundo tempo, e adotando um esquema meio kamikaze, Diniz não conseguiu segurar o rival, que venceu por 4 a 2 (e poderia ter sido seis, se não fosse a má pontaria do time da casa).
O Fortaleza, com a vitória, tomou a ponta da competição dos cariocas. Pode durar pouco, é verdade: se o Botafogo vencer o Flamengo neste domingo (30), passa o Fortaleza e assume a liderança isolada.
Se Palmeiras, Vasco, Inter ou Bragantino golearem também podem passar o Fortaleza, mas, neste momento, o time cearense está em primeiro.
Destaque para a partidaça de Moisés, que fez dois gols e participou de outros dois. E para o olé dos torcedores do Leão ao final da partida. Fazia tempo que o Tricolor carioca não levava um abafa tão grande como o que levou na quente Fortaleza neste sábado.
O plano não deu certo
Poupar alguns de seus principais jogadores custou caro a Diniz no primeiro tempo: o Fortaleza de Vojvoda encontrava espaços, dava velocidade ao jogo e chegava com frequência na frente de Fábio.
Calebe, duas vezes, Pochettino, Moisés e Thiago Galhardo finalizaram para defesas de Fábio, o herói do Fluminense no primeiro tempo e que evitou um placar mais elástico.
O primeiro gol nasceu de uma jogada de Pochettino com Moisés, que finalizou, Fábio pegou, mas a bola sobrou para Thiago Galhardo marcar. Justo ele que se recuperou de uma lesão na costela e alcançou seu 12º gol na temporada, igualando Lucero como artilheiro do Fortaleza em 2023. Isso foi aos 28 minutos.
Seis minutos depois, em uma arrancada insana, Moisés atravessou boa parte do campo para invadir a área e chutar sem defesa para Fábio. Um 2 a 0 que poderia ter virado 3 a 0 minutos depois, quando Galhardo finalizou quase dentro da pequena área e Fábio fez uma defesa milagrosa.
Mas é futebol. Diniz já havia mandado alguns de seus reservas estrelas se aquecerem, pensando no segundo tempo, quando nos acréscimos Alan aproveitou um bate e rebate dentro da área e finalizou para diminuir o placar.
O gol não garantiu a posição a Alan, que saiu no intervalo para dar lugar a Arias, Ganso também deixou o descanso e entrou na vaga de Pirani.
O Fluminense voltou a ser Fluminense e passou a ficar mais com a bola, é verdade. Mas o Fortaleza tem como principal característica sob Vojvoda a transição veloz.
E foi assim que Bruno Pacheco encontrou Moisés, que deu outra arrancada insana e ficou cara a cara com Fábio, que desta vez não pôde fazer nada: 3 a 1.
Fluminense no tudo ou nada
Diniz, então, acabou de vez com a ideia de poupar seus astros. Em uma tacada, tirou Guga e Manoel e lançou Cano e Keno, afinal, perdido por três perdido por seis em mais uma das ideias diferentes de Fernando Diniz. E o Fluminense foi para o abafa.
Aos 23 minutos, John Kennedy recebeu de Ganso, fintou Brítez e marcou. 3 a 2 no Castelão e jogão comprovado no encontro de dois treinadores que são sensações hoje no futebol brasileiro.
O modo tudo ou nada do Fluminense dava muitos espaços ao Fortaleza, que chegava com velocidade, e às vezes facilidade, ao gol de Fábio. Em um desses lances, Moisés (para variar) saiu em disparada, mas dessa vez rolou para Guilherme, que chutou e Fábio espalmou.
Só que Fábio não poderia salvar toda hora, mas até tentou. Aos 34 minutos ele fez outra ótima defesa, após chute de Moisés, mas a bola sobrou rolando na pequena área para Hércules só empurrar para o gol. 4 a 2.