Afetadas pela crise no setor automobilístico, as empresas que fornecem peças ou serviços para as montadoras no Vale do Paraíba sofrem com baixas na produção e instabilidade nos empregos. Com medidas como suspensão de contratos e férias coletivas, a expectativa de empresários ligados a área é de mais dificuldades para o setor no segundo semestre.
Além da crise na General Motors em São José dos Campos, que pretende implantar um sistema de layoff na unidade, as outras duas montadoras da região também anunciaram medidas de redução na produção. Após dois períodos de férias coletivas, a Ford anunciou a suspensão de contratos de 108 trabalhadores na unidade de Taubaté. Ainda na cidade, a Volkswagen prevê férias coletivas de 10 dias para os funcionários de produção.
A instabilidade na produção e incerteza sobre o futuro do setor faz com que os fornecedores e prestadores de serviços das montadoras prevejam um cenário ainda mais complexo para a sequência do ano, o que coloca em risco o emprego de muitos outros trabalhadores. Na Usimoren, que fabrica conectores de alumínio para indústria automobilística, o volume de produção caiu cerca de 15% desde o início do ano.
“As perspectivas são bastante sombrias. Tenho 40 funcionários mas está difícil segurar todos os postos. A dispensa é sempre um prejuízo para a empresa, mas infelizmente tem horas que é preciso dar uma diminuida”, disse o proprietário Angel Guillem.
Na Prolind, empresa que fabrica perfis de alumínio, os números atuais contrastam com o bom desempenho do fim do ano passado. “Estamos com redução média de 20% em relação ao último trimestre de 2013 da carteira de produção na área de perfis de alumínio”, disse Adalberto Morales, diretor-fundador da empresa.
Entre as ações adotadas ao longo do semestre, a empresa antecipou todas as férias para a área de peças. Dos 300 funcionários, 205 ficam na unidade de São José dos Campos e o restante em Londrina (PR). A saída encontrada pela empresa foi diversificar nas apostas de mercado.
“Somos uma empresa de tecnologia, então diversificamos para a construção de elevadores, na construção civil. Então, houve redução de um turno intermediário, mas não houve demissões. Porém, não houve efetivação de temporários”, disse.