O Procon de São Paulo notificou a Ford, nesta quarta-feira (13), para que a montadora informe como vai garantir os direitos dos clientes após o fechamento das fábricas no Brasil.
A empresa tem 48 horas para responder os questionamentos. O anúncio do fim da produção no país ocorreu na última segunda-feira (11).
O órgão quer saber como será feito o atendimento aos proprietários cujos veículos estão dentro do prazo de garantia; por quanto tempo e de que forma serão disponibilizadas as peças de reposição para os veículos que estão fora da garantia.
Outra dúvida levantada pelo Procon é se o encerramento das atividades causará impacto no prazo de entrega dos veículos novos comprados recentemente.
Na resposta, a Ford ainda deverá explicar se haverá algum ônus para os compradores de veículos zero-quilômetro que desistirem da compra e se haverá alteração na política de preços ou condições de compra para veículos comercializados recentemente e ainda não entregues.
Foi solicitado também que a montadora informe sobre quais canais de atendimento serão oferecidos aos consumidores.
Atendimento
A página da montadora na internet afirma que a Ford “estará ativamente presente no Brasil com sua Rede de Concessionários e continuará oferecendo assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia”.
Sobre a desistência de compras, a Ford orienta os compradores a irem até a concessionária onde a compra foi efetuada e solicitar o cancelamento de acordo com a regulamentação prevista no Código de Defesa do Consumidor.
Fim da produção
Em anúncio no início da semana, a Ford informou que serão fechadas as fábricas em Taubaté (SP), que produz motores, Camaçari (BA), onde produz os modelos EcoSport e Ka, e em Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller.
A empresa informou que irá manter seu centro de desenvolvimento de produtos, na Bahia, o campo de testes, em Tatuí (SP), e a sede administrativa, em São Paulo.
“A pandemia de Covid-19 amplificou a persistente capacidade industrial ociosa e a queda nas vendas, que resultaram em anos de perdas significativas”, justificou a montadora. A empresa afirmou que vai trabalhar em colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de “um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção.”
De acordo com estimativas da companhia, cerca de 5 funcionários devem ser afetados na América do Sul. Em Camaçari (BA), o Sindicato dos Metalúrgicos prevê que cerca de 10 mil trabalhadores serão atingidos só no local.