O fundo Monetário Internacional (FMI) concordou com um novo empréstimo para a Ucrânia no valor de US$ 17,5 bilhões, afirmou nesta quinta-feira (12/02) a diretora-geral da instituição, Christine Lagarde. Segundo ela, o país está pronto para receber cerca de US$ 40 bilhões de resgate nos próximos quatro anos – o restante deve vir da comunidade internacional.
“Tenho o prazer de anunciar que a equipe do FMI trabalhando em Kiev concluiu um acordo preliminar com o governo ucraniano com vista a um novo programa de reformas econômicas, que será apoiado por um financiamento de US$ 17,5 bilhões”, avançou Lagarde, em entrevista coletiva em Bruxelas.
O empréstimo ainda precisa ser aprovado pelo conselho do FMI, o que deve acontecer até o fim deste mês. Segundo Lagarde, porém, o governo da Ucrânia demonstra “determinação e coragem” para realizar reformas “nunca antes vistas”.
Kiev pretende executar reformas importantes, como o aumento de tarifas energéticas, a reestruturação dos bancos e reformas administrativas em empresas públicas, além de estabelecer uma agenda anticorrupção.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatseniuk, destacou que as reformas exigidas para a tomada de empréstimo são “bastante difíceis” e afirmou que a economia ucraniana poderá crescer em 2016, caso a “agressão russa” seja freada e as reformas internas obtenham sucesso.
“É um programa ambicioso, duro, e não é sem risco”, ressaltou a chefe do FMI. “O maior risco está relacionado a acontecimentos geopolíticos que possam afetar o mercado e a confiança dos investidores.”
A decisão foi anunciada em meio à reunião de cúpula entre chefes de Estado da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França, e de líderes separatistas. Após 15 horas de negociações em Minsk, eles anunciaram um cessar-fogo no leste ucraniano, que passará a valer a partir da madrugada de domingo.