Se dentro de campo o Fluminense vem amargando tropeços recentemente, ao menos fora das quatro linhas o clube vem conseguindo vitórias. Além de obter direito a um regime centralizado de execuções tanto na esfera cível quanto na trabalhista, o que impede penhoras em processos antigos, a diretoria tricolor pagou cerca de R$ 3,5 milhões para encerrar nos últimos dias a ação movida pelo Samorin na Fifa. Com isso, também evita o risco de punições da entidade, como perda de pontos ou bloqueio de inscrição de jogadores.
O Samorin é um clube da Eslováquia que fechou uma parceria com o Fluminense em 2017, na gestão Pedro Abad. A ideia na época era formar uma filial tricolor na Europa, com intercâmbios de jogadores e membros das comissões técnicas de Xerém (Evanilson, Igor Julião, Nascimento e Gabriel Capixaba, por exemplo, defenderam o time eslovaco).
Além disso, o projeto previa um investimento em estrutura buscando classificar o Samorin, então da Segunda Divisão do país, para as competições europeias. Porém, sem patrocínios, o Tricolor não conseguiu honrar com as parcelas (que variaram entre R$ 66 mil e R$ 278 mil) e rescindiu o contrato em 2019.
No ano passado, o Samorin entrou com uma ação na Fifa cobrando € 2,5 milhões de euros (R$ 15,7 milhões na cotação atual), mas o Fluminense só foi notificado nas últimas semanas, como divulgado pelo site “NetFlu”. No entanto, a diretoria tricolor estava ciente da dívida desde o fim da parceria e tentou um acordo envolvendo direitos econômicos de jogadores que passaram pelo clube.
Com a recusa do Samorin, a gestão Mário Bittencourt aceitou pagar em dinheiro, mas vinha contestando alguns dos valores cobrados, exigindo prestação de contas das quantias que foram investidas. Após a batalha judicial, o Fluminense conseguiu reduzir cerca de 78% da dívida, mas teve que efetuar o pagamento à vista para encerrar o processo.