A extinção do pagamento do Seguro DPVAT a partir de 2020, por meio de Medida Provisória (MP) anunciada nesta segunda-feira (11) pelo presidente Jair Bolsonaro, gerou polêmica sobre os custeios dos acidentes de trânsito, mas chama a atenção para um sistema que era alvo de fraudes. Desde 2013 o Estado de Minas denuncia vários esquemas envolvendo funerárias, hospitais públicos e advogados. Todos de olho no seguro que chega a R$ 13.500 para familiares de vítimas e segue ativo até 31 de dezembro.Essa situação foi nítida em dois momentos flagrados pela reportagem do EM depois da queda de um avião que decolou do Aeroporto Carlos Prates e caiu no Bairro Caiçara, Região noroeste de BH, no dia 21 de outubro. O prêmio do Seguro Contra Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) das vítimas foi alvo de várias tentativas de cooptação.
Morreram quatro pessoas e duas ficaram gravemente feridas, ainda internadas no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Enquanto os corpos de motorista e passageiro atingidos pela aeronave eram reconhecidos por familiares, no Instituto Médico Legal (IML), esses eram abordados por agentes funerários que ofereciam seus serviços sem custos, apenas com uma procuração para o saque do DPVAT. Com isso, um sepultamento que custaria R$ 2 mil a R$ 5 mil, poderia zerar o benefício de R$ 13.500.