Malala Yousafzai recebeu o nome dado pelo pai, Ziauddin, inspirado em Malalai de Maiwand, garota que (segundo a tradição afegã) foi morta ao estimular a luta contra o império britânico, no século 19.
Hoje com 18 anos, a paquistanesa baleada na cabeça aos 12 anos pelos talibãs, porque defendia o direito de as meninas irem para a escola em sua terra, o Vale do Swat, corre o mundo como ativista pela liberdade.
Malala mora em Londres com a família, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014 e é personagem do filme dirigido por Davis Guggenheim, que ganhou o Oscar em 2007 com Uma Verdade Inconveniente.
O tema, portanto, vale mais do que o estilo. Mas o diretor não se deixa vencer pela força do conteúdo. À trajetória de Malala, acrescenta uma narrativa em animação que realça a natureza do trabalho engajado da paquistanesa em relação ao caráter mitológico da heroína afegã.
É como se o pai dissesse que com a menina seria diferente, ressalta o diretor em um momento do filme. Malala circunda a vida da garota nos últimos anos em que se tornou um símbolo não apenas da luta pelo direito à educação, mas contra a opressão feminina.
Ela é vista discursando na ONU, fala sobre seu livro, Eu Sou Malala, escrito pela jornalista britânica Christina Lamb, diz de sua preferência por O Alquimista, de Paulo Coelho, responde até a perguntas sobre namoro. Embora reverente, Guggenheim desce-lhe, definitivamente, o véu.