Brasil após 27 anos sem pisarem juntos em um palco e escolheram o palco do Rock in Rio para este encontro. O público reconheceu o momento histórico, dançou e cantou junto com as duas lendas. Em entrevista ao Virgula, momentos antes do show, o herói da guitarra brasileira nos contou que Pedro Baby, filho deles, foi o grande articulador do encontro.
“A importância desse show é o resgate musical familiar, que a gente tem há 30 anos. Nasceu no Rock in Rio de 85, nós temos um filho que nasceu no Rock in Rio, ele tem 30 anos exatamente. E esse resgate a hora certa foi agora, nesta comemoração dos 30 anos do Rock in Rio. O Zé Ricardo (curador do palco Sunset) foi muito feliz. E o Pedro (Baby) foi muito importante por fazer esse meio de campo. Juntar o pai e a mãe dele no palco e hoje ele está tocando com a gente”, afirmou Pepeu.
Nos bastidores do palco Sunset, o baiano falou também sobre a sua concepção musical visionária, iniciada com os Novos Baianos. “Eu sempre fui ligado nessa história de misturar a música brasileira, essa alquimia musical sempre esteve presente no meu trabalho desde os novos baianos. Quer dizer, uma fórmula que foi criada dentro dos Novos Baianos e que depois eu segui com essa fórmula dentro do meu trabalho e marcando a minha personalidade musical que até hoje quando toca a guitarra do Pepeu, todo mundo reconhece a guitarra do Pepeu porque é uma guitarra extremamente brasileira. Não estou dizendo isso porque eu sou contra americano, eu não sou contra nada. Eu só acho que pra gente sair do Brasil representando a música da gente, a gente tem que levar as nossas raízes. Então é isso que eu tenho em mente e é isso que eu tento fazer”, afirmou o guitarrista.
Pepeu também comentou sobre ser um ídolo aos 63 anos. “Hoje sou um músico consciente, cara, tenho 41 discos gravados, já passei por todo tipo de situação que vocês imaginar. Hoje eu piso em qualquer palco sabendo da minha consciência musical, da minha posição social e em relação ao meu público, a minha responsabilidade. Eu sei o que o público quer ouvir do Pepeu, então essa consciência me dá uma tranquilidade muito grande dentro do meu trabalho”, concluiu o mito.
Nos últimos três anos, ao fim de cada show que fazia ao lado do filho, Baby sempre dedicava o show a Pepeu e dizia que se alguém o encontrasse para avisá-lo. Neste domingo, ela pôde agradecer pessoalmente e da melhor maneira possível. A menina dançou e todos nós também dançamos juntos.