A falta de tornozeleiras eletrônicas na P1 Feminina de Tremembé (SP) pode adiar o início do curso de graduação de Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por participar da morte dos pais em 2002.
No início do mês, a Justiça liberou a detenta para frequentar o curso de administração de empresas na Universidade Anhanguera de Taubaté, mas a falta do dispositivo pode atrasar os planos de Suzane.
Isso porque as tornozeleiras estão em falta depois do término do contrato com a empresa que fornecia o equipamento. O procedimento para que os detentos possam circular nas ruas dentro do regime semiaberto tem como condição o monitoramento eletrônico. Suzane então dependeria da disponibilidade da tornozeleira para frequentas as aulas.
Segundo o defensor Rui Freire, responsável pela defesa de Suzane, o equipamento foi solicitado, mas a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que a unidade não dispunha das tornozeleiras.
“Como o (pavilhão do) semiaberto é novo na unidade, ela ainda está se adequando a tudo o que esse regime dispõe. Entre elas, a saída das presas para cursos. Enquanto esse equipamento não chegar, ela não pode frequentar a universidade e a compra depende do processo licitatório. Com isso, ficamos sem respostas de quando ela vai poder usufruir do benefício que recebeu”, diz Freire.
O pavilhão do semiaberto da Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 feminina de Tremembé, foi inaugurado em abril do ano passado e tem capacidade para abrigar 78 presas. Além de Suzane, outras duas presas aguardam a chegada do equipamento para iniciarem cursos de graduação.
Freire também informou que apesar da intenção de cursar administração na unidade da Anhanguera de Taubaté, Suzane ainda não teve a matrícula efetuada. Ela entregou a documentação necessária, mas a faculdade teria aguardado a decisão da Justiça para avaliar o desempenho da aluna no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), método usado para a aprovação.