A seca dificulta mesmo todos os setores, entre eles, a safra do pêssego, que está atrasada nessa época do ano. O agricultor já deveria estar colhendo a fruta, mas o desenvolvimento está lento e o produtor não sabe se vai conseguir vender a mercadoria.
Na propriedade do agricultor José Vanderlei da Silva, em Santa Isabel (SP), o reservatório de cinco mil litros abastece as caixas de água de seis casas ao redor e sempre garantiu a irrigação até a mina de água começar a secar. O resultado é que a safra do pêssego vai ter início com atraso de mais de 20 dias em relação a outros anos, não dá para colher nada agora porque os pêssegos estão pequenos demais.
O agricultor explica que se a fruta não amadurecer como é esperado, não vai ter comércio. “Se a fruta amadurecer ainda pequena não tem comércio. A fruta está do mesmo jeito do que quando ensaquei. Joguei a cobertura, só que sem chuva não resolve nada”.
Além do tamanho menor, cada um dos 50 pés do sítio deve render neste ano 150 frutos, número bem distante dos 400 pêssegos colhidos no ano passado. A colheita não vai ser na mesma quantidade do ano passado, mas o agricultor já fez as contas que os custos de produção vão ser os mesmos. Com embalagens impermeáveis para proteger os pêssegos, o adubo e a cobertura, que está sendo jogada a cada 15 dias nas plantas, com o pouco de água que o produtor tem por aqui.
Vanderlei fez a irrigação usando uma mangueira depois que jogou o adubo de cobertura. Dessa forma, a água foi exatamente onde ele queria. “Se não for assim, gasta muita água. Assim, jogo somente onde está o adubo e não molha o terreno todo”.
Em uma safra com riscos de se perder toda a produção, caso os pêssegos não cresçam mais, o agricultor decidiu não ensacar 12 dos 50 pés. São mais de mil frutos desprotegidos para tentar uma redução de custos com material e mão de obra.
Nessa safra, o preço de venda só deve pagar as despesas. “Ano passado vendi a R$ 6 cada caixa. Esse ano estimo de R$ 6,5 a R$ 7, mas eu acho que vai ter que vender no mesmo preço, a R$ 6”.
A safra ainda é um mistério para o agricultor. Vai depender da chuva, mas normalmente o período de colheita vai até meados de dezembro.