Segundo Ross Brawn, diretor técnico da Fórmula 1, a temporada 2020 deve começar em julho, na Europa, e possivelmente em corridas com portões fechados. Com o início do Campeonato Mundial no meio do ano, o britânico acredita ser possível um calendário com até 19 etapas.
As afirmações são feitas um dia após ao adiamento do GP do Canadá, a nona etapa da temporada 2020 a ser impacta em meio à pandemia de coronavírus.
– Se conseguirmos começar no início de julho, poderíamos realizar 19 corridas na temporada. Seriam um ano com corridas em três fins de semana seguidos. Já olhamos as logísticas e acho que conseguimos uma temporada de 18 a 19 corridas. A escolha está entre esses dois números.Em entrevista foi concedida ao site oficial da F1 nesta quarta-feira, o dirigente também afirma que o desejo da categoria é realizar as corridas o mais cedo possível “para dar aos fãs entretenimento durante tempos difíceis”, ainda que isso signifique provas sem público e fins de semana de GP com dois dias em vez quatro habituais (um de mídia e três de carros na pista).
– Achamos que um início na Europa seria favorável, podendo até ser com portas fechadas. Podemos produzir um ambiente bem controlado, todo mundo testado para que não haja riscos. Não é incrível não ter espectadores, mas é melhor do que não ter corrida alguma. Muitos fãs estão isolados, poder acompanhar o esporte ao vivo e ter entretenimento seria um grande bônus nessa crise.
– Podemos fazer fins de semana de GP com dois dias para fins de logística. Por exemplo, a China, caso realizemos, seria provavelmente em dois dias, para podermos chegar e sair de lá rápido para o próximo evento.
Brawn afirma que a F1 trabalha com outubro como data limite para começar a temporada 2020, já que assim seria possível realizar ao menos oito corridas, o suficiente para configurar um Campeonato Mundial. Uma outra opção seria usar janeiro de 2021 para terminar a temporada.
– Oito corridas é o mínimo para que haja um campeonato de acordo com a FIA. Poderíamos realizar oito corridas começando em outubro. Então se for para dar um limite, seria outubro. Mas há sempre a possibilidade de invadirmos o ano que vem. Isso está sendo explorado. Poderíamos usar janeiro para terminar a temporada? Há todos os tipos de complicações com isso, como você pode imaginar.
O calendário da Fórmula 1 em 2020 sofreu impactos severos devido à pandemia de Covid-19. Além do impacto sofrido pelo GP do Canadá, as corridas da Austrália e Mônaco foram cancelados, enquanto as provas de Barein, Vietnã, China, Holanda, Espanha e Azerbaijão estão adiadas.
Fábricas fechadas por mais tempo, redução de teto orçamentário e de salários
Em votação unânime, a F1, as equipes e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), anunciaram nesta terça-feira a extensão de 21 para 35 dias do fechamento compulsório das fábricas das equipes durante a pandemia de coronavírus.
Também nesta terça, a direção da Fórmula 1 seguiu o exemplo de McLaren, Williams e Racing Point e decidiu conceder licença a funcionários, além de reduzir os salários de seu corpo diretivo em 20% devido à pandemia mundial de coronavírus. O CEO Chase Carey poderá voluntariamente ter uma redução ainda maior em seus vencimentos.
Já na segunda-feira, a Fórmula 1 e as equipes acertaram uma redução no teto orçamentário que passará a vigorar a partir de 2021. Em vez de US$ 175 milhões (cerca de R$ 925 milhões), o limite será de 150 milhões (aproximadamente R$ 792 milhões).