Depois de passar a manhã de terça (27) preso por engano, o ex-Polegar Ricardo Costa afirmou que vai processar o Estado pelo ‘constrangimento’. Ele foi detido em Taubaté por atraso no pagamento da pensão alimentícia do filho. O mandado de prisão foi cumprido pela polícia, mesmo com um contramandado expedido uma semana antes anulando a prisão. Com esse documento, ele foi libertado à tarde.
Segundo a Polícia Civil, o mandado contra o ex-músico foi cumprido por volta das 7h na casa onde ele mora no bairro Jardim Ana Rosa. De acordo com o mandado a que, expedido em 24 de maio, ele seria preso pelo débito entre julho de 2016 e março de 2017, com dívida acumulada de R$ 5,8 mil. Ele havia quitado esse valor neste mês e um contramandado foi expedido.
Como a prisão foi divulgada na imprensa, Costa avalia que foi exposto a constrangimento. “Eu paguei os débitos, tinha um documento anulando a minha prisão e eles não se atentaram a isso. Minha família ficou desesperada e eu fui encarcerado com outras nove pessoas. Sou uma pessoa pública e tive meu nome exposto, atrelado a uma prisão”, disse.
De acordo com a defesa dele, cujo responsável é o advogado André Luiz Stasini, o documento estava na delegacia, mas não havia sido anexado ao mandado anterior, por isso ocorreu a confusão.
À reportagem, a Secretaria de Segurança Pública, pasta a qual a Polícia Civil é subordinada, informou apenas que o ex-Polegar foi levado à delegacia e, assim que as informações do contramandado referente ao pagamento da pensão foram levantadas, ele foi liberado.
“Nós conseguimos constatar a falha cerca de três horas depois. Mas ele passou pela triagem, teve que fazer o registro do boletim de ocorrência e passar por uma situação desnecessária. Agora vamos avaliar um processo por danos morais”, disse a defesa do ex-músico.
Costa cobra justiça no processo que o levou à prisão. “Da mesma forma que todo mundo que erra e paga por seu erro preso, como houve erro do Estado, eles vão ter que pagar pelo erro dele. Vou entrar com uma ação por danos morais. A lei é para todo mundo”, afirmou.
Sobre o filho, cujos débitos de pensão ficaram em atraso, o ex-Polegar disse que ele tem hoje 7 anos e que nunca manteve contato com a criança. Ele disse ainda que fez um exame de DNA quando o menino nasceu para atestar a paternidade e afirmou que nunca manteve relacionamento com a mãe do filho.
O Estado não comentou a declaração do ex-Polegar sobre a intenção de processar o governo por causa do engano.
Food Truck
Um dos motivos da defesa da ex-companheira de Ricardo para o pedido de prisão é que ele teria vendido o ônibus que usava como Food Truck – Costa vende lanches em avenidas da cidade. Em juízo ele havia feito um acordo para pagar o débito – hoje parcelado em 27 vezes -, à vista caso vendesse o veículo. Ele anunciava o bem por R$ 145 mil na internet.
Costa nega que tenha vendido o veículo e explicou que não circulava mais com o food truck porque o ônibus teve um problema mecânico e estava em São Paulo passando por manutenção.
“Ele teve um problema no câmbio que eu demorei para resolver por falta de verba. Meu ônibus é meu ganha pão. Semana que vem devo voltar às ruas com os lanches”, garantiu. Segundo ele, o ônibus vai ficar estacionado na praça Santa Terezinha.