O ex-empresário do padre sertanejo Alessandro Campos entrou com um processo contra o sacerdote por quebra de contrato. O pedido de indenização é de R$ 9,6 milhões.
A ação foi protocolada na 2ª Vara Cível de Aparecida. O padre cantor é de Guaratinguetá, no interior de São Paulo.
Segundo o empresário Leonardo Azevedo, dono da produtora Stare Media, que gerenciava a carreira do cantor, o contrato com ele foi assinado em março de 2014 com previsão de parceria por 10 anos. O acordo previa que o empresário administrasse parte da carreira de Alessandro Campos – na produção de um CD e gerenciamento da agenda de shows.
No entanto, a parceria foi rompida pelo padre em outubro do ano passado. Segundo a assessoria do religioso, ele estava descontente com a condução da carreira e teriam acontecido divergências em relação a agenda de compromissos impostos ao padre.
O problema, segundo Azevedo, é que não houve acordo para encerramento do contrato e que a produtora foi apenas notificada da decisão no dia 14 de outubro do ano passado.
Sobre o valor pedido como indenização, o empresário explicou que está previsto no contrato. “Uma cláusula do contrato prevê, no caso de recisão, a indenização de 12 vezes o valor do investimento financeiro e intelectual [no artista], que foi de R$ 800 mil. Esse valor foi avaliado por ambos [na época da assinatura do contrato], disse Azevedo. A assessora do padre, Milce Castro, informou que os advogados do sacerdote ainda não foram notificados e nega quebra de contrato. Segundo ela, o que aconteceu foi um “descontrato” – ou seja, tornou o contrato sem efeito.
“Antes de ser músico, Alessandro Campos é um sacerdote, por isso a condução de sua carreira de sua agenda devem obedecer a certas especificidades. É natural que ele [Azevedo] queria rever alguma coisa à medida que ficou descontente com o fim da parceria”, disse.
Prejuízos
Ainda segundo o empresário, que foi produtor executivo do CD lançado pelo padre no ano passado, o sacerdote faltou em 11 shows marcados entre maio e outubro pelos quais recebeu cachê. “Em Indaiá (MG), o Alessandro deu entrada no hotel e não fez o show, sem apresentar qualquer justificativa. Em Claro dos Porções (MG) a banda estava no palco e ele não foi”, disse.
A assessoria do padre disse que desconhece que ele tenha se apropriado de cachês de shows que não realizou.
De acordo com a produtora que administrava a carreira do padre, em menos de oito meses ele faturou na venda de produtos e shows mais de R$ 10 milhões e seu cachê passou de R$ 10 mil para R$ 90 mil. Seu CD, “O que é que eu sou sem Jesus”, vendeu cerca de 1 milhão de cópias. “Ele usou de má fé para romper o contrato porque queria ganhar mais”, acusou Azevedo.