Quem é treinador, ou profissional da área esportiva, sempre demonstra cautela na hora de apostar alto em atletas muito jovens. Mas se toda regra tem a sua exceção, o mesatenista Henrique Kenji Kimura Noguti, de 10 anos, apresenta a segunda alternativa. O atleta se destacou por vencer a seletiva olímpica para a seleção brasileira da modalidade na sua categoria (Hope Masculino). Com o resultado, Henrique garantiu a vaga para 2015 ITTF (International Table Tennis Federation) World Hopes.
– Nós não esperávamos que o Henrique conquistasse esse feito tão cedo. Tudo aconteceu muito rápido na curta carreira dele. E assim como qualquer criança dessa idade, meu filho começou no tênis de mesa por diversão. Mas essa diversão já é séria para ele, e sentimos essa convicção apesar de ter somente 10 anos de idade – diz Ossamu Noguti, pai de Henrique.
O talento precoce do menino nascido em Registro, no Vale do Ribeira, foi revelado por Fabio Shiray. O treinador trabalha com Henrique desde quando ele tinha seis anos de idade. Como técnico da associação de mesatenistas da cidade, Shiray organiza treinos que reúnem adultos acompanhados de seus filhos. Nesses eventos, a família Noguti não deixava de comparecer, pois já tinham o tênis de mesa como um dos esportes de preferência.
A gente já percebeu algo diferente nele. Tomou muito gosto pelo esporte. Chegava a dormir junto com a raquete, voltava da escola louco para treinar. Aliás, ele é assim desde o início – explica o técnico.
Com a conquista na seletiva olímpica e, também, no campeonato intercolonial brasileiro em 2014, o atleta ganha a oportunidade de se transferir para São Caetano do Sul a partir da próxima semana para treinar no principal CT da modalidade. Longe dos pais, o novo talento do tênis de mesa vai morar na casa de outros pais de jovens mesatenistas. Enquanto em Registro, ele treinava duas vezes por semana, a rotina na cidade do ABC paulista mudará completamente: estudará no período matutino e todos os dias, pela tarde, fará um intenso treinamento físico e tático.
– Parece loucura, mas ele vai sozinho. O coração bate forte, mas sei que estará bem, vai evoluir. Nosso filho está convicto de que, mesmo encarando o esporte como uma diversão, quer levar tudo isso a sério