O presidente Michel Temer (PMDB) elogiou na manhã desta segunda-feira (7) o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e afirmou que ele não tem uma visão só municipalista, mas nacional .
Tanto o presidente como o prefeito afirmaram que a transferência de parte da área do Aeroporto Campo de Marte para a construção de um parque municipal, assinada nesta segunda na Prefeitura de São Paulo, é fruto de um trabalho de cooperação entre governo federal e municipal e que não foi pensado pelos governos anteriores nos últimos 60 anos em que se debateu o tema.
“Tenho orgulho de me equiparar às atitudes de João Doria para que nós tomássemos atitudes que estavam paralisadas há muitíssimos anos […] Isso é fruto da ideia porque tenho um parceiro e um companheiro. João não tem uma visão só municipalista, mas nacional”, disse.
A forma de trabalhar do afilhado político do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que não participou da cerimônia, foi elogiada por Temer por ter “horários rígidos”. “Doria sempre agregou, sempre somou.”
Os elogios acontecem na semana posterior à votação da denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados que rachou o PSDB _ metade do partido na Casa votou para continuar a investigação contra o presidente, metade para não dar prosseguimento. Na quinta-feira (3), Doria falou que o resultado da votação ajudou o Brasil a retomar o crescimento econômico.
“O que é importante é proteger as reformas, que elas sigam em progresso no Congresso”, afirmou.
Doria primeiramente se esquivou quando perguntado se, caso fosse deputado, aprovaria ou não o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendava a rejeição da denúncia da Procuradoria Geral da República. “Não quero ser político na resposta, mas eu não sou deputado para emitir opinião. Não precisei votar. Eu defendo o Brasil. Voto pelo Brasil e principalmente pela retomada do emprego”, disse.
Depois da insistência dos jornalistas, no entanto, sugeriu que acompanharia o relator Paulo Abi-Ackel no voto para livrar Temer do processo no Supremo Tribunal Federal. “Ali já seria uma pré-condenação. Eu entendo que a investigação cabe ao Judiciário. O Judiciário pode fazer as investigações, como já vem fazendo”, afirmou, citando os trabalhos feitos no âmbito da Lava-Jato como exemplo.
Temer disse ainda que sempre foi pautado pelo “princípio federativo”. “Desde o primeiro momento temos nos pautado pela ideia de que é preciso prestigiar estados e municípios. Se forem fortes, forte será a União”, disse.
Em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, Centro da capital paulista, manifestantes fizeram um protesto contra Temer. Eles carregavam faixas com dizeres como “Fora Temer, nenhum direito a menos!”