Ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira que desistiu de disputar a Presidência da República. – Saio com o coração ferido, mas com a alma leve. E com um sentimento de gratidão – declarou depois de enumerar os feitos das suas gestões. A pré-candidatura dele vinha sendo questionada dentro do próprio partido e o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ganhou força no PSDB como o nome mais viável para enfrentar o cenário de polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). A cúpula do PSDB tentava convencê-lo a desistir da disputa presidencial e de uma possível judicialização da sua candidatura. A estratégia dos dirigentes partidários era evitar com que o embate se estendesse até a convenção partidária, entre julho e agosto.
Em nota, Tebet afirmou que “Doria nunca foi adversário. Sempre foi aliado”. Na semana passada, porém, ela chegou a afirmar que Doria era “problema do PSDB”. Com a desistência, o caminho ficou livre para que ela encabece a disputa pelo bloco que conta com PSDB, MDB e Cidadania.
“Sua contribuição com a luta pela vacina jamais será esquecida. Vamos conversar e receber suas sugestões para nosso programa de governo. O Brasil é maior do que qualquer projeto individual. Vamos trabalhar para unir todo o centro democrático. Gostaria muito de ter o PSDB e o Cidadania junto conosco. Vamos aguardar a decisão das direções partidárias. Vamos continuar nossa Caminhada da Esperança. Vamos unir o país e tratar de sua reconstrução moral, institucional e política. O povo tem pressa e precisamos semear esperança”, afirmou no comunicado.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que Doria mostrou ter compromisso com o Brasil. Segundo ele, agora o caminho está livre para negociar alianças regionais que estavam travadas. — É preciso discutir as candidaturas regionais para reforçar o projeto nacional e o programa de governo. Sozinhos não iremos a lugar nenhum. Que esse nome, sendo o de Simone (para concorrer ao Planalto), represente projetos pelo país e fortalecimento de palanques importantes, como o Rio Grande do Sul, onde o MDB pode ser parceiro do PSDB.