O dólar opera em alta nesta quarta-feira (24), acompanhando o movimento no exterior após alívio momentâneo com a aprovação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na véspera.
Às 13h25, a moeda dos Estados Unidos subia 1,27%, vendida a R$ 3,9712. Veja mais cotações.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 5,343 bilhões. O BC também informou que começará em 2 de maio a rolagem integral dos 201.785 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de julho de 2019.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,29%, a R$ 3,9213. Na parcial do mês, a moeda tem alta de 0,16% ante o real. No ano, o avanço é de 1,22%.
Cenário local
Participantes do mercado já tinham precificado no fechamento de terça-feira a expectativa de que a proposta seria aprovada na CCJ, o que se refletiu em um dólar sem grandes oscilações na abertura, destaca a Reuters.
Após um acordo acertado com o centrão no início da tarde da terça-feira, no fim da noite parlamentares da CCJ votaram, por 48 votos a 18, em favor da admissibilidade da reforma previdenciária apresentada pelo governo.
“Não tem motivos para comemoração, é só o primeiro passo, o que vai pegar é a comissão especial, onde a batalha vai ser muito mais dura”, disse à Reuters o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto. Segundo ele, a expectativa de que o governo terá dificuldade na comissão especial e de que o texto poderá ser diluído mantém agentes financeiros posicionados defensivamente.
Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começa a organizar nesta quarta-feira (24) a articulação política para criar a comissão especial responsável pela análise do texto que muda as regras de aposentadoria.
No radar dos investidores nesta quarta-feira também estavam os números do Caged, que reforçaram a leitura de perda de fôlego da economia neste começo de ano.
A economia brasileira fechou 43.196 empregos com carteira assinada em março deste ano, segundo divulgou o Ministério da Economia. Esse foi o primeiro resultado negativo em três meses. e o pior saldo entre contratações e demissões para meses de março, desde 2017. O resultado surpreendeu os analistas do mercado financeiro, que estimavam nova abertura de vagas no mês passado.
Cenário externo
No exterior, dados econômicos sólidos dos Estados Unidos contrastavam com medidores de confiança fracos na zona do euro, o que mantinha o dólar em alta frente a outras moedas.
O movimento do dólar ante o real estava em linha com outras emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano, destaca a Reuters.