A triste notícia de que Anderson Varejão estava fora da Olimpíada do Rio de Janeiro, em razão de uma hérnia de disco, foi divulgada através de sua assessoria de imprensa na quarta-feira, quase no mesmo horário que a seleção brasileira chegava para treinar no ginásio Hugo Ramos, palco do amistoso desta quinta-feira, às 20h, contra a Austrália. Por isso, o técnico Rubén Magnano analisou o corte do jogador do Golden State Warriors com algumas ressalvas e, principalmente, a chegada de seu substituto, Cristiano Felício, na condicional e com um certa cautela. Ainda em dúvida se a tentativa da Confederação Brasileira de Basquete em contar com a jovem promessa do Chicago Bulls havia dado certo, o treinador argentino só ponderou os prós e contras da troca de um jogador por outro ao ter a confirmação da liberação do ex-pivô do Flamengo pelos poucos jornalistas presentes ao primeiro treino do Brasil em Mogi das Cruzes.
– Era claro que nós tínhamos notícia que iria acontecer alguma coisa hoje (quarta-feira), mas não sabia que o seria. Estávamos esperando uma definição do jogador ou da franquia, mas quando acabou o treino fui comunicado que o Varejão ficou fora ou pediu dispensa, e a CBB tinha começado a trabalhar automaticamente com a possibilidade de achar um substituto que potencialmente era o Cristiano Felício. Essa era a informação que eu tinha até agora, mas como vocês viram eu ainda não saí da quadra e acho que deu tudo certo, né? – indagou o campeão olímpico com a seleção da Argentina em Atenas-2004.
Com um semblante cansado, mas ao mesmo tempo aliviado ao tomar conhecimento que a novela que começou ainda no ginásio da Hebraica e se arrastou por quase uma semana não teve um final tão trágico como se desenhava, o comandante da seleção fez uma análise cuidadosa sobre a troca involuntária de um jogador experiente, mas que vinha sofrendo com problemas físicos, por um jovem promissor no auge da forma física.
– Infelizmente, por um lado essa novela teve um final infeliz com a dispensa do Varejão, um jogador emblemático para nós e muito importante no grupo, e a parte feliz com a chegada de seu substituto, um jovem que a CBB apostou muito, o chamando sempre nas categorias de base e nas convocações para a seleção adulta, e que agora vai nos ajudar nos Jogos Olímpicos do Rio.
Ele prosseguiu exaltando a experiência de Varejão e o crescimento de Felício na NBA.
– Há seis anos que já moro no Brasil e vocês já devem ter ouvido eu falar uma coisa que vou falar de novo, acho que experiência não se compra, você adquire através de campeonatos, torneios e isso é um algo a mais muito alto na carreira de um jogador. A hierarquia não se compra e nós acabamos de perder um jogador com muita experiência, com muita hierarquia e muita coragem. Em contrapartida, chega um jogador que acabou jogando muito bem na fase regular da temporada passada da NBA e agora na Summer League, se bem que eu acho que é outro basquete, mas que sem nenhuma dúvida vai nos ajudar muito no aspecto físico, nos rebotes e na defesa com jogadores interiores, importante para nós, precisamos desse oxigênio – destacou o técnico da seleção.