Não há como falar em música brasileira nos anos 90 sem citar o hit Boquinha na Garrafa, do grupo Companhia do Pagode, que depois foi regravada pelo É o Tchan!. A canção agitou — e continua agitando — o País e se eternizou como um dos maiores sucessos daquela década. O que nem todo mundo sabe, no entanto, é que, apesar de toda a popularidade, ela não deu retorno financeiro aos seus intérpretes. Pelo menos é o que afirma Sara Verônica, ex-dançarina do Companhia.
— Deve ter dado dinheiro ao empresário (risos). Para mim, deu apenas fama. Passei longe de ser rica.
Sara deixou o Companhia depois de uma briga e passou a integrar o Boquinha da Garrafa, formado por ex-integrantes do outro grupo, mas que durou pouco tempo. Mais tarde, ela abandonaria de vez o mundo da música, mas não o da televisão: aos 39 anos, ela apresenta, atualmente, um programa em uma rede baiana e mostra viver uma vida modesta.
— Sou uma trabalhadora. Tenho uma vida estável, sem muito, mas dá para viver.
Apesar de feliz na nova profissão, ela revela que sente saudade dos tempos de sucesso e que, se pudesse voltar, teria agido de maneira diferente.
— Talvez eu fosse menos polêmica e não gastasse muito (risos). A idade que eu tenho agora e a sabedoria que Deus me deu me fazem pensar que eu mudaria tudo. Talvez eu estivesse famosa até agora, ou não, mas no momento não faço questão de ser muito famosa. Faço questão de ter respeito no meu trabalho — diz Sara. — Dou muita risada quando vejo as entrevistas que eu dava. Eu era muito “abestalhada”. Só o tempo cura tudo. Eu ainda preciso melhorar muito, mas todas as besteiras que eu fiz eu paro e penso “não acredito que fui eu” — completa, cheia de bom-humor, a ex-dançarina.
Sara guarda a Boquinha da Garrafa com muito carinho, e isso fica claro quando ela ouve, atualmente, o hit que a projetou para a fama.
— Quando ouço a música hoje, parece que volto no tempo. Me sinto muito feliz por ter sido um ícone dos anos 90. A Boquinha da Garrafa foi, é e sempre será muito importante na minha vida.