Quando a Copa do Mundo começou, todos os olhares estavam voltados para jogadores mais badalados como Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Robben, Benzema… Com o decorrer da fase de grupos, porém, um colombiano canhoto, de 1,80m, com a camisa 10 que já foi de Valderrama, chamou a atenção e desponta como um dos melhores jogadores do Mundial. Com apenas 22 anos, James David Rodríguez Rubio assumiu a responsabilidade de conduzir a seleção da Colômbia que não pode contar com Falcao Garcia, lesionado.
O jovem meia do Monaco, da França, foi o craque da equipe nas vitórias sobre Grécia, Costa do Marfim e Japão. Marcou gols nos três jogos, deu assistências, fintou adversários e mostrou que tem bola e personalidade para levar a equipe de José Pekerman longe na competição. No sábado, os cafeteros terão o Uruguai pela frente, no Maracanã, em duelo válido pelas oitavas de final, e James Rodríguez, novamente, é a esperança.
Apesar de jovem, James não gosta de badalação. É casado com Daniela Ospina, irmã do goleiro David Ospina, titular da meta colombiana. No ano passado, nasceu sua filha, Salomé, que está com a mãe acompanhando o Mundial no Brasil. No seu país, é apontado como sucessor de Valderrama, considerado o melhor de todos os jogadores colombianos. Comparação que não assusta o garoto, que tem fala tranquila e objetiva nas entrevistas.
– Sei da minha responsabilidade e do que todos esperam de mim. Já havia disputado um Mundial sub-17 e um sub-20 pela Colômbia, mas nada se compara ao que estamos vivendo agora. Converso muito com Mondragón (goleiro de 43 anos, que disputa sua terceira Copa) e ele me fala muito sobre o que significa esse torneio na vida de qualquer jogador. Por isso, quero aproveitar ao máximo – ressaltou o jogador, em sua única entrevista coletiva concedida no CT de Cotia, do São Paulo, onde a equipe está hospedada.
Bola desde criança:
James vive agora o que sonhou desde pequeno. Na escola, não era bom aluno. Só prestava atenção nas aulas quando algum professor citava Brasil ou Argentina porque conhecia alguns times dos países vizinhos. Nascido em Ibagué (cidade que fica a 200km de Bogotá), começou a jogar futebol no campo do colégio El Tolimense. Seu pai, Wilson James, foi um jogador inexpressivo, cujo ponto alto da carreira foi integrar a seleção colombiana no Mundial sub-20, disputado em 1985.
O astro colombiano começou nas categorias inferiores do Academia Tolimense. Do padrastro, Juan Carlos, ganhou sua primeira chuteira e, desde então, só pedia presentes ligados a futebol. Lá, ficou até os 13 anos, quando chamou a atenção dos dirigentes do Envigado, time da primeira divisão colombiana. Foi onde conheceu companheiros que estão com ele na seleção hoje, casos do volante Guarín e do meia Moreno.
Com 14 anos, em 2007, James já jogava entre os profissionais. No ano seguinte, após ser campeão do torneio da segunda divisão, foi levado por um empresário argentino ao Banfield. Como foi sozinho à Argentina, sofreu com saudades de casa. Várias vezes, pensou em abandonar tudo para voltar à cidade natal. Mas permaneceu e sua força de vontade foi recompensada. Em fevereiro de 2009, tornou-se o jogador mais jovem a disputar um jogo do Campeonato Argentino. No dia 27 do mesmo mês, marcou um gol em jogo contra o Rosario Central. No mesmo ano, com Rodríguez em campo, o Banfield conquistou o título do torneio Clausura vencendo o Boca Juniors na mítica Bombonera.
No primeiro semestre de 2010, James Rodriguez disputou sua primeira Taça Libertadores e marcou cinco gols em sete partidas. A equipe, no entanto, foi eliminada pelo Internacional, e o camisa 10 acabou expulso em Porto Alegre. Era seu último jogo pelo Banfield.