Relatório produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Rio sobre armas realizada em 2011 recomendava maior controle para entrada e saída das armas por parte das autoridades de segurança do Estado.
Entre outros pontos, foi recomendado a criação de um sistema informatizado sobre armamento apreendido, em tempo real, entre as Polícias Civil, Federal e o Comando Militar do Leste, como mostrou o RJTV nesta quinta-feira (4).
De acordo com o deputado Carlos Minc, presidente da atual CPI das Armas, 80% das recomendações não foram seguidas pelas polícias civil e militar. Segundo ele, o mais grave é que integrantes do alto comando das duas corporações nem sequer sabiam da existência das recomendações.
“O chefe do estado maior da PM, o corregedor-geral da PM, a corregedora-geral da polícia civil perguntados se conhecem o resultado da CPI disseram: não. Isso é incrível. Agora qual é o eixo dessa CPI: se roubam cada vez mais armas, pouquíssimas pessoas são punidas e o sistema de controle são muito falhos”.
O documento também previa divulgação periódica do armamento roubado e a marcação e uniformização das armas dos Bombeiros, Secretarias de Administração Penitenciária e Segurança Pública, Polícias Civil e Militar. A instalação de chips e gps em todas as armas e videomonitoramento nos depósitos de armamento também estavam previstos.
Na sessão da CPI nesta quinta-feira prestaram depoimentos a corregedora interna da Polícia Civil, Adriana Mendes, e o coordenador de fiscalização de armas e explosivos, Rafael Willis, que disse que a Polícia Civil já tem um bom controle sobre o armamento. No entanto, ele reconheceu a necessidade de uma união de esforços para combater o tráfico de armas.
A CPI já relacionou a quantidade de armas roubadas ou extraviadas das Forças de Segurança nos últimos dez anos. Segundo levantamento, da PM foram 679 armas, sendo 222 nos últimos dois anos. Da Polícia Civil foram 1.623 armas, munição de vários calibres e explosivos.