O corpo do piloto português que morreu em um voo de parapente em Quixadá, no sertão cearense, deve ser liberado pela perícia forense na codade de Quixeramobim nesta segunda-feira (17) e ser enviado ao cemitério Jardim Metropolitano, na Grande Fortaleza. A Polícia Civil vai investigar as causas do acidente.
De acordo com o presidente da federação de parapente e asa delta do Ceará, João Guy, a mulher do piloto não teve condições de providenciar a documentação para liberar o corpo neste domingo (15). Está previsto que os pais de João Ferreira desembarquem em Fortaleza, vindos de Portugal, nesta segunda à noite. Eles vão decidir se o corpo do filho será levado do cemitério para a cidade natal dele, Lisboa (Portugal), sepultado ou cremado.
João Ferreira da Silva, 39 anos, decolou da rampa da Serra do Juá, no distrito de Juatama, entrou em uma zona de turbulência em um vale, onde o equipamento se fechou, e ele colidiu de frente com uma rocha 5 km depois da decolagem, caindo na comunidade de Ouro Preto, no mesmo distrito, segundo o presidente da Associação de Voo Livre do Sertão Central, Artemir Júnior. Um outro piloto que voava no mesmo momento relatou que viu o equipamento de João Ferreira se fechar e avisou via rádio que o reserva precisava ser acionado, mas o português colidiu com a rocha antes do procedimento. O corpo foi resgatado pelos Bombeiros e levado para a perícia forense de Quixadá.
Em nota, a associação informou que as causas do acidente ainda precisam ser investigadas. “É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do nosso amigo João Ferreira da Silva, natural de Portugal mas adotado pela capital cearense há muitos anos. O mesmo veio a falecer após um acidente em um voo de cross de parapente (voo de longa distância realizado apenas por pilotos experientes). É necessário um estudo técnico para informar as causas do acidente”, diz a nota.
João Ferreira tinha 39 anos e era engenheiro civil. Casado, morava em Fortaleza desde 2010. Segundo a associação, ele voava há cinco anos e conhecia várias rampas no Brasil e no Mundo. Visitante frequente de Quixadá, em 14 de julho, o piloto, decolando da mesma rampa, bateu o recorde pessoal voando 120 km.
A cidade de Quixadá, a cerca de 150 km de Fortaleza, é considerada a ‘Havaí dos ventos’. Com duas rampas de decolagem, Serra do Juá e do Santuário, recebe turistas de várias partes do mundo para a prática de voo livre, principalmente, entre outubro e dezembro, na temporada de bons ventos. Os pilotos voam, em média, 400 km, segundo Artemir Júnior. A rampa do Juá foi inuagurada há cerca de quatro meses.
Aracati
Em 18 de janeiro, dois turistas e um piloto de parapente caíram durante um voo e se machucaram na Praia de Canoa Quebrada, no litoral do Ceará. Os passageiros, pai e filha, eram turistas de São Paulo, que faziam o primeiro voo de parapente.
Carlos Oliveira, 61 anos, teve arranhões nas pernas e sofreu uma pancada na cabeça. Talita Aparecida, 26 anos, sofreu arranhões nas pernas e nos braços e hematomas na coluna. Os dois receberam atendimentos e passam bem. O piloto sofreu apenas ferimentos leves.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o vento estava forte no momento do acidente e mudava de direção com frequência. Uma rajada fez com que o piloto perdesse o controle e tombasse sobre as falésias da praia.