Embora tenha vencido o Vila Nova com gols de Vagner Love e Régis, por 2 a 1, o Corinthians jogou mal mais uma vez na noite da última quinta-feira, em Goiânia. Os jogadores de linha tiveram desempenho aquém do esperado em ambos os tempos do confronto.
Para chegar à vitória, o Timão acertou duas de suas poucas finalizações em todo o jogo. Na etapa inicial, o gol de Vagner Love foi o único chute alvinegro. Ao contrário do que se espera, o Corinthians passou longe de buscar o gol e criar chances reais de maneira insistente, como deseja o técnico Fábio Carille. Não há evolução visível até aqui.
Se os amistosos tinham como intuito testes na equipe, o que se viu foi um time sem variações táticas e soluções ofensivas no primeiro tempo, e um esquema bastante desorganizado na etapa final, com um time mais leve, mas, ao mesmo tempo, bastante frágil e suscetível a erros bobos na defesa.
O jogo
A opção de usar Pedrinho pelo meio e Régis aberto pela ponta direita não funcionou. O garoto buscou o jogo, mas foi presa fácil para a defesa adversária ao tentar avançar, perdeu várias vezes a bola. Já o meia teve de sair por mais de uma vez da posição para buscar o jogo.
Isolado no ataque, Boselli pouco fez. Vagner Love também passaria em branco, não fosse o oportunismo em aproveitar o chutão de Walter. Os atacantes não se conectaram com o restante do time.
O Corinthians rodou muito a bola em seu campo de defesa, mas não soube o que fazer com ela ao passar no meio. Sobraram passes errados, faltou imposição física e técnica para incomodar o Vila Nova. O Timão jogou distante do gol rival. Nem mesmo as constantes inversões de posicionamento entre Régis e Pedrinho e as tentativas de Júnior Urso em avançar funcionaram.
Com um setor ofensivo mais leve na etapa final, os problemas persistiram. E se agravaram com uma defesa desentrosada. João Victor, mais uma vez, foi mal. Marllon, também. No lance do gol, Matheus Jesus e Carlos não se entenderam e o lateral deixou o passe de Ramon entrar por trás da zaga. Richard, após chute de Mateus Anderson e rebote de Caíque, fez o gol.
Em situação parecida com a etapa inicial, o Corinthians chegou ao segundo gol de maneira inesperada. Carlos, depois de insistentes cruzamentos e um acerto para Sornoza, conseguiu mandar na cabeça de Régis, que, de maneira curiosa, foi substituído, mas voltou para o jogo após a saída do lesionado Janderson.
Antes de marcar o gol da vitória, foram 46 minutos ruins. Falta de criatividade e pouca chegada à área. As dificuldades persistem há meses e parecem não ter prazo para serem sanadas. Trocar todo o time e colocar uma série de garotos inexperientes “na fogueira” não parece ser solução para uma melhora, visto que no restante do semestre pouco serão usados.
E agora, Carille?
A tão esperada pausa para a Copa América não está surtindo efeito no Corinthians, e o time corre o risco de voltar a disputar as competições oficiais com desempenho pior do que terminou o primeiro semestre. Além de não poder fazer os testes na equipe pelos inúmeros desfalques, o treinador também se complicou no planejamento dos amistosos.
Com um atrás do outro, por enquanto, trocou todo o time entre os tempos dos jogos contra Botafogo-SP e Vila Nova. Em ambos os duelos, os times da etapa final não só persistiram com os erros da equipe considerada principal, mas também mostraram enorme desentrosamento.
Por enquanto, não está visível nenhum tipo de evolução na equipe. Pelo contrário: o time aparenta sofrer para conseguir brigar pelo resultado contra times inferiores e segue devendo bom futebol à Fiel torcida.
Ainda há um terceiro amistoso antes do retorno “pra valer”: no domingo, o Corinthians enfrenta o Londrina, às 11h (de Brasília), em Maringá
Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians