Analisar o empate por 1 a 1 do Corinthians com o Flamengo, no último domingo, passa necessariamente por três aspectos. E todos se entrelaçam para ajudar a explicar por que o líder do Campeonato Brasileiro, apesar de um primeiro tempo praticamente impecável, passou tanto sufoco na segunda metade do confronto.
- O erro grosseiro da arbitragem, que anulou gol legal de Jô;
- Desfalques em série antes e durante o jogo;
- Pressão do adversário na bola aérea.O primeiro tópico não necessita de muita explicação, dada toda a repercussão após a partida e a constatação do óbvio: foi um equívoco primário do assistente Pablo Almeida Costa, em lance antes dos 15 minutos de jogo. Não se trata de fazer exercício de futurologia e somar o gol anulado com o outro, que Jô marcaria nove minutos depois. Mas de perceber que, em um confronto tão desequilibrado quanto foi o clássico nacional em sua primeira metade, e pensando nos dois tópicos seguintes, um placar de 2 a 0 a seu favor faria toda a diferença para o Timão.Afinal de contas, só um time jogou antes do intervalo. O Corinthians seguiu seu roteiro habitual: marcou como um relógio, preciso, foi letal no contra-ataque e ainda contou com a colaboração do adversário, que não subiu tanto a marcação. Isso deu liberdade aos defensores na saída de jogo. Perceba, pela imagem frisada abaixo, como a primeira linha rubro-negra conta apenas com duas peças. O quarteto defensivo corintiano pode girar a bola sem ser incomodado, enquanto o trio do meio (Gabriel, Maycon e Rodriguinho) se desloca para ser opção de passe.Com 1 a 0 a seu favor, o Corinthians não apertou tanto, outra característica da equipe de Carille, que não é de ir para cima em busca de goleadas, e entregou a bola ao rival. Erro de estratégia? Nada disso. De que adiantava o Flamengo ter a posse, se não havia por onde entrar? No gif abaixo, você tem uma ideia de como funciona a recomposição defensiva alvinegra e do quão rápida ela é. Note que quase o time inteiro já está posicionado (parece uma equipe de basquete), quando Pará avança a linha do meio-campo e busca opção de passe em profundidade. Não há, e ele precisa soltar a bola em um passe curto.