O Congresso argentino aprovou na quinta-feira uma lei para reestruturar a dívida do país com o objetivo de se esquivar de uma determinação de um tribunal norte-americano que forçou o país a entrar em um segundo default em pouco mais de uma década.
Após quase 16 horas de debate, a Câmara dos Deputados aprovou a iniciativa enviado pelo governo por 134 votos a favor e 99 contra. O Senado havia aprovado o projeto na semana passada.
A lei permitirá que a Argentina pague sua dívida sob leis estrangeiras, que ronda 29 bilhões de dólares, em Buenos Aires ou em cidades fora do alcance da justiça norte-americana.
Também abre a porta para que os credores externos troquem seus títulos emitidos sob leis estrangeiras por outros sob jurisdição do país sul-americano ou da França.
A Argentina caiu no final de julho em default uma vez que seus credores não receberam o pagamento do cupom de um título Discount <ARDISCD= RASL>, já que o juiz distrital de Nova York Thomas Griesa bloqueou o processo de transferência do dinheiro até que o país compense os hedge funds que têm em carteira dívida não paga desde o default de 2002.
A Argentina conseguiu renegociar a maior parte de sua dívida em default, mas uma minoria dos credores liderados pelos fundos que a Argentina considera “abutres” reclama o pagamento total dos bônus.
Mas a nova lei, que Griesa diz violar suas ordens, pode acabar sendo ineficaz devido a problemas legais para implementá-la e ao ceticismo dos investidores.