Um confronto entre fazendeiros e índios no povoado de Bahias, no município de Viana, a 250 quilômetros de São Luís, no Maranhão, deixou 13 feridos. Segundo a Secretaria de Segurança, a causa do confronto teria sido uma disputa por terras na região.
O ataque foi numa propriedade rural, que os indígenas tinham acabado de ocupar. O pescador Antônio Augusto Pinto disse que pediu ajuda na cidade quando os índios chegaram.
“Eles estavam armados. Muito armados. Era faca, era flecha era revólver”, contou o pescador.
Segundo testemunhas, homens armados chegaram logo após a ocupação. Um índio levou dois tiros. Uma bala está alojada no rosto e a outra na costela.
“A gente foi pego de surpresa, entendeu? Eles invadiram e já foram atirando em nós. A gente só não foi todo massacrado porque a gente correu pro mato grande”, disse o índio.
Os índios gamela reivindicam uma área equivalente a 14 mil campos de futebol nos municípios de Viana, Matinha e Penalva.
Eles vinham ocupando fazendas e sítios aos poucos, enquanto aguardavam uma decisão da Justiça sobre o direito da terra.
No conflito, dez índios e, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, três fazendeiros ficaram feridos
Cinco feridos foram levados para um hospital em São Luís. O que está em estado mais grave dá uma ideia da violência do ataque. Um índio teve os dois antebraços decepados por golpes de facão. Ele também levou um tiro no peito.
Segundo a Pastoral da Terra, a área é território indígena e foi invadida pelos fazendeiros.
“Eles estão no processo de retomada das suas terras. O estado tem a sua demora. Então eles estão fazendo isso de forma autônoma, retomando território”, afirmou o padre Clemir Batista, da Comissão Pastoral da Terra.
O governo do Maranhão enviou policiais de São Luís para investigar o caso.
O Ministério da Justiça divulgou nota informando que está averiguando o conflito agrário no Maranhão. E que por determinação do ministro Osmar Serraglio, a Polícia federal enviou uma equipe para evitar mais conflitos.
Os três fazendeiros feridos não foram localizados nos hospitais de São Luís. Nós não conseguimos contato com nenhum deles.
O governo do Maranhão declarou por nota que os três feridos permanecem internados. A assessoria do governo negou que um dos índios tenha tido os braços decepados.
A Funai informou que vai criar um comitê de crise para prestar ajuda aos feridos e garantir o cumprimento da lei.