A temporada da Fórmula 1 termina neste final de semana, no GP de Abu Dhabi, mas a novela do futuro de Felipe Nasr parece longe de acabar. A continuidade do piloto brasileiro como titular na categoria parece complicada no momento, tanto pelas poucas vagas disponíveis, quanto pela não renovação de seu contrato com o maior patrocinador, o Banco do Brasil. No entanto, o anúncio da renovação da permanência de seu atual companheiro, Marcus Ericsson, dá sobrevida a Nasr.
Afinal, ao confirmar apenas um de seus pilotos para o ano que vem, a Sauber demonstra que existe uma disputa por seu cockpit, mantendo certa esperança ao brasileiro, que ouvira no final de semana do GP do Brasil, quando os executivos do Banco do Brasil ainda tentavam viabilizar o contrato para 2017, que estava fora dos planos do time suíço.
O staff de Nasr e o próprio piloto indicaram a confiança, após o GP do Brasil, que os dois pontos marcados em Interlagos ajudassem a mudar o cenário. Afinal, a pontuação praticamente garante à Sauber a décima posição no mundial de construtores, o que representa cerca de 47 milhões de dólares aos cofres do time.
A Sauber não é a única opção de Nasr, que também reconhece a chance de correr pela Manor ano que vem. Porém, caso a atual busca de novos patrocinadores não lhe garanta uma boa quantia para 2017 – algo em torno de 15 milhões de dólares pelo menos – é difícil que o brasileiro consiga uma das duas vagas ainda abertas na equipe, que tem o menor orçamento da Fórmula 1.
A busca da Manor por investimento ficou clara com a situação de Pascal Wehrlein, piloto bem conceituado e que faz parte do programa de desenvolvimento da Mercedes. Com a parceria da equipe com a fornecedora de motores, o alemão ficou com a vaga nesta temporada, mas os dirigentes não estão satisfeitos com o desconto de apenas 5 milhões de euros para o uso das unidades de potência e não estariam inclinados a renovar com Wehrlein.
Paralelamente à situação da Manor, Toto Wolff, que comanda as operações da Mercedes, busca colocar Wehrlein em um carro melhor, visando avaliar se ele seria capaz de substituir um dos pilotos titulares da Mercedes, cujos contratos terminam ao final do próximo ano. O austríaco está negociando com a Sauber, assim como Esteban Gutierrez.
O mexicano é quem traz o maior orçamento, algo em torno de 20 milhões de dólares, o que seria atrativo tanto para a Sauber, quanto para a Manor, com quem também negocia. Porém, sua passagem no time suíço entre 2013 e 2014 foi bastante conturbada e o piloto não é bem visto dentro do time, ao contrário do que acontece com Nasr, cujos problemas provêm da relação tensa entre seu staff e a direção da equipe.
Correndo por fora, o indonésio Rio Haryanto, que pilotou pela Manor nesta temporada, tenta retornar o grid. Mas a incerteza em relação a seus patrocinadores pesa contra. Os quatro pilotos seriam os favoritos para as vagas ainda restantes, uma vez que as equipes buscam profissionais experientes para a próxima temporada, em que a Fórmula 1 passará por uma extensa mudança de regras.
Após a esperada confirmação de Ericsson, cujos patrocinadores têm estreita ligação com o grupo suíço que comprou a Sauber em meados deste ano, a equipe não deu indicativos de quando poderia anunciar seu segundo piloto, em uma novela que ainda pode se arrastar por meses: Werhlein, por exemplo, só foi anunciado como titular na Manor no final de fevereiro.