Impedida de entrar em parcela das áreas que devem ser desapropriadas para as obras de prolongamento da rodovia Carvalho Pinto (SP-70), a concessionária Ecopistas acionou a Justiça para conseguir acessar os terrenos. Com isso, a obra que deveria ser entregue neste mês sofreu atraso. Os moradores reclamam da falta de informação.
A via, que vai margear o lado direito da Via Dutra sentido Rio de Janeiro, ligará o km 126,5 da Carvalho Pinto ao trevo do km 5,5 da Oswaldo Cruz (SP-125), cruzando a região do Barreiro, em Taubaté. De acordo com a Ecopistas, alguns proprietários impediram a entrada dos agentes nos terrenos, o que tem atrasado a conclusão do projeto.
As famílias deveriam ter sido procuradas até maio, mas segundo a empresa, devido à resistência, deverão ser acionadas a partir de agosto. Para garantir a entrada dos representantes da concessionária, foram pelos menos 21 ações na Justiça. Na maioria dos casos houve acordo entre concessionária e moradores.
A dona de casa Matilde Correia, aceitou receber os técnicos mas reclama da indefinição nos prazos. “Vieram pedir para fazer trabalho de solo e a gente deixou. Eles precisam resolver isso logo porque faz oito meses que a nossa vida está parada”, afirmou.
Para o produtor rural Marivaldo Martins, proprietário de um sítio que será atingido pelo prolongamento do corredor, o maior problema é não saber quando a mudança vai acontecer. “Ele entraram com mandato de segurança contra mim, porque eu não deixei eles entrarem aqui. Mas não deixei porque eles não pediram autorização”, afirmou.
Devido a incerteza gerada pela falta de informação, ele parou de investir na área em que vive há 16 anos. “A gente não sabe, onde ela [a rodovia] vai passar, o valor que a gente vai receber e o prazo que vamos ter para mudar daqui”, disse.
Prolongamento:
A escolha do traçado, que ligará a rodovia à Oswaldo Cruz (SP-125), foi polêmica e cinco alternativas chegaram a ser propostas. O projeto definitivo terá quase 11 quilômetros e cruza Taubaté, obrigando a desapropriação de pelo menos 79 imóveis.