A microbiologista Natalia Pasternak falou sobre a importância da aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 em grupos que ainda não completaram o ciclo vacinal; reiterando que a medida é mais urgente do que a aplicação de uma quarta dose, decisão que vem sendo discutida por algumas autoridades de saúde.
“Mais importante hoje do que pensar em quarta dose, é pensar em garantir a segunda dose para aqueles 10 milhões de inadimplentes que ainda não tomara a segunda dose, garantir a vacinação infantil e de adolescentes de forma bastante ampla. Vacinar essas faixas etárias é extremamente importante, a gente não pode cair no conto de que criança não pega Covid ou que só pega de formas leves; então a gente precisa vacinar para proteger as crianças e abranger a circulação da vacina diminuindo a circulação do vírus”, disse Pasternak.
Sobre a vacinação de crianças – além de ressaltar a importância da imunização desta faixa etária – a microbiologista falou sobre o surgimento de uma insegurança dos pais, tendência vista no Brasil pela primeira vez em 50 anos, conforme exemplificou a entrevistada.
“A vacinação infantil no Brasil sempre foi algo corriqueiro, faz parte do cotidiano do brasileiro vacinar as crianças. É a primeira vez desde 50 anos de um programa nacional de imunizações que a gente se depara com uma recusa dos pais em vacinar, um medo, isso não existia para vacina de sarampo, catapora, para pólio. Vemos o crescimento do movimento antivacina de uma maneira que nunca aconteceu no Brasil, e ele não é por acaso, é fomentado por notícias falsas”, disse Pasternak.
“As noticias falsas vão assustando pais e mães que não querem levar os filhos para vacinar, e acabamos com uma vacinação infantil muito abaixo do esperado para os padrões brasileiros que sempre foram altíssimos”, acrescentou a médica.
Confira orientações do Ministério da Saúde diante do diagnóstico de Covid-19:
Subvariante BA.2
Um estudo produzido por pesquisadores da Dinamarca concluiu que a subvariante da Ômicron, BA.2, é mais transmissível que a variante original, de linhagem BA.1.
Os pesquisadores verificaram a incidência da contaminação em mais de 8.500 lares dinamarqueses. De acordo com o estudo, a BA.2, da Covid-19, foi identificada pela primeira vez no país em cinco de dezembro do ano passado. Só na última semana de 2021, a BA.2 foi responsável por cerca de 20% de todos os casos dinamarqueses de Covid-19.
De acordo com a microbiologista, o surgimento de uma subvariante da Ômicron não é uma surpresa, dada sua capacidade de transmissão e o “escape de vacinas”.
“A gente sabe muito pouco sobre a própria Ômicron, ainda estamos com mais perguntas do que respostas; ter uma subvariante dela não é surpresa nenhuma, do jeito que está se espalhando e com o escape de vacinas era de se esperar que tivéssemos variante. O quanto é preocupante não sabemos ainda”, afirmou Pasternak.
A médica acrescentou ainda que, com a chegada da variante Ômicron, a terceira dose se torna “essencial”.