Gerações bem caricaturadas e boa gestão das redes sociais. É esta a receita da Cria, a nova equipa de comunicação da Festa da Broa, em Avintes É já na próxima sexta-feira que a “terra da broa”, Avintes, organiza mais uma edição da habitual mostra gastronómica e cultural. Até 6 de Setembro, a Quinta do Paço abre portas para divulgar um dos tipos de pão com maior tradição no país.
Desde o ano passado, a velha festa, organizada todos os anos desde 1988, ganhou uma nova cara, graças à Cria, uma equipa de comunicação jovem que conta com três criativos ligados ao cinema e ao design. Em 2014, a Cria teve o seu primeiro sucesso viral em matéria de broa de Avintes. Este ano tentam repetir o êxito.
Vítor de Castro Lopes, responsável pela direcção de arte dos vídeos promocionais, diz à Renascença que o objectivo deste trabalho é “levar esta festa tradicional às redes sociais e aos novos média, para chegar a um público mais jovem”.
Em 2014, cumpriram com sucesso a tarefa, quando receberam cerca de 70 mil visitantes, “um número muito superior a outros anos”, conta.
Os vídeos que fazem, caricaturas do contraste entre gerações nas aldeias mais tradicionais, conquistaram as redes sociais e deram que falar. “Até há pouco tempo a festa atingia sobretudo um público mais velho”, conta o designer. “Mas no ano passado, a média de idades entre o público baixou.”
“Rivalidade saudável”
Trazer a Festa da Broa para a internet até fez crescer uma certa “rivalidade saudável” dentro da própria vila, confessa Vítor de Castro Fernandes. As várias colectividades correram aos blogues e às redes sociais e competem pela atenção dos internautas.
Num evento onde a broa é rainha, há ainda espaço para o artesanato, para exposições de fotografia e pintura organizadas por artistas locais e para outros petiscos tradicionais, confeccionados pelas diversas colectividades de Avintes. “Grande parte das receitas das associações vêm desta festa”, diz o elemento da Cria.
Herman José e José Cid são cabeças de cartaz numa festa que terá ainda direito a noites temáticas dedicadas às músicas do mundo, à música electrónica e ainda ao folclore.
No horizonte da Cria está a criação de uma associação com o objectivo de “renovar a imagem da freguesia e intervir também nas produções locais e na indústria”.