Mais uma mudança na cúpula da segurança do Rio foi confirmada na tarde desta segunda-feira (17), após a posse do novo secretário de Segurança, Roberto Sá. Desta vez, quem vai sair é o comandante da Polícia Militar, coronel Edson Duarte. Por volta das 19h, a PM anunciou que ele vai ser substituído por Wolney Dias Ferreira.
Duarte assumiu o cargo em janeiro de 2016 e deve passar o posto para o seu sucessor na semana que vem.
Novo comandante geral da PM, coronel Wolney Dias
Ferreira (Foto: Reprodução Facebook)
O novo comandante tem 55 anos é casado e pai de três filhos. Entre as várias funções desempenhadas ao longo da carreira, ele foi Corregedor Interno da PMERJ; comandou vários batalhões e atualmente estava na reserva.
A mudança foi definida no dia em que o novo secretário de segurança, Roberto Sá, assinou o termo de posse numa reunião fechada com o governador em exercício, Francisco Dornelles, e o ministro da justiça, Alexandre Moraes.
Sá foi nomeado uma semana após José Mariano Beltrame pedir demissão da secretaria, que comandou por dez anos.
Em seu primeiro pronunciamento, Sá afirmou que fará reuniões periódicas de avaliação dos números da criminalidade, com foco nas UPPs.
Ele afirmou ainda que o projeto continua, mas que eventuais ajustes serão feitos. “Vamos focar e intensificar nas investigações (para apreender) de fuzis e armas de alto poder explosivo, juntamente com outras polícias, em uma ‘coalizão do bem'”, garantiu o secretário.
Segundo ele, a sua gestão vai focar na preservação da vida e na valorização do profissional de segurança pública. “A gente vai fazer com que essa gestão do conhecimento valorize o policial civil e o militar que estão lá na ponta”.
Entre as ações de combate ao crime organizado, está prevista uma investigação mais intensa sobre o uso de armas de grosso calibre e explosivos por grupos criminosos. “Eu quero algo a exemplo do que era a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE). Essas são as armas usadas na lógica do terror, como fuzis e explosivos”, explicou Sá.
O novo secretário da pasta ainda fez questão de agradecer ao seu antecessor. “Quero fazer um agradecimento especial ao José Mariano Beltrame, por ter me dado liberdade em seu assessoramento e por ter me chamado para ser subsecretário”, afirmou Roberto Sá, em suas primeiras palavras como secretário empossado.
Roberto Sá disse que mudanças pontuais na equipe ocorrerão. “Ainda irei conversar com os dois”, disse Roberto Sá, sem deixar claro quem serão os nomes que ocuparão a Chefia de Polícia Civil, que teve a saída de Fernando Veloso na última semana, e o comando da Polícia Militar, atualmente comandada pelo coronel Édison Duarte.
O secretário afirmou que vai fortalecer as UPPs, mas a forma que isso será feito ainda será discutido. “São necessidades das UPPs que vamos ver com monitoramento, como realocação de recursos, que independe de dinheiro”, explicou Sá, acrescentando que vai prezar por mais integração com a polícia civil.
Olimpíada permitiu ‘troca de informações’
O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse, durante a cerimônia, que o estado avançou muito na questão de inteligência. “A olimpíada permitiu que trocássemos todas as informações necessárias para que, a partir do momento que os protocolos sejam assinados, possamos partir para operações conjuntas”, explicou Moraes.
Segundo ele, vem sendo feito um mapeamento de homicídios em cada capital, assim como a apreensão de armas, de baixo e alto calibre. “Fechamos o mapeamento em cada uma das capitais. Segurança pública é união, é cooperação. Vamos fechar dois planos relativos à homicídios e violência doméstica de um lado, e das fronteiras brasileiras do outro”, disse ele, ressaltando que o presidente Michel Temer determinou que todo apoio possível fosse dado ao Rio na questão de segurança pública.
Ainda de acordo com Moraes, é necessário fazer o mapeamento da criminalidade organizada, contando com a ajuda do Depem e das secretarias de administração penitenciária. “Isso será feito para que aqueles que cometem crimes graves, usam fuzis, fiquem mais tempo presos. Não é possível que alguém que desfila com um fuzil seja condenado a 5 anos e 4 meses e saia da cadeia com 11 meses. Vamos apresentar um projeto para que crimes com armas pesadas ou grave ameaça tenham a obrigatoriedade de pelo menos metade da pena”, explicou o Ministro da Justiça.
Na última sexta-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que seria feito um plano emergencial de segurança, e que o Rio tinha papel fundamental no plano, pela sua importância no cenário nacional.