Com satélite de monitoramento de floresta Amazônia 1 e a previsão do tempo ameaçados pela falta de recursos, o orçamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) será em 2018 o menor em pelo menos dez anos. Neste ano o instituto recebeu repasse de R$ 40,6 milhões, e segundo o diretor, Ricardo Galvão, o valor cobre apenas o pagamento das contas de subsistência, como o pagamento de servidores, contas de energia e telefone e contratos já fechados.
O instituto que fica em São José dos Campos (SP) teve queda de R$ 53 milhões no investimento, um corte de 44% em relação ao ano anterior.
A redução veio no ano em que o Inpe havia pedido a troca do Tupã – o supercomputador que mantém o serviço de previsão do tempo ativo em todo o país. O equipamento chegou a parar de funcionar por dois dias no último mês de novembro. Sem dinheiro para substituição, o equipamento vai ser reparado paliativamente.
Um outro alerta é para o risco de perder o investimento de R$ 280 milhões no Amazônia I. O satélite que seria o primeiro completamente brasileiro foi anunciado em 2009 para ser lançado em 2011, mas sofreu adiamentos por causa de crises orçamentárias.
Segundo Galvão, a data limite para o lançamento é 2019, caso contrário, todo investimento feito pode ser perdido. “Os componentes têm validade e não podem esperar por mais tempo. Eles começam a apresentar falha e aí teríamos que começar trocas e o satélite todo ficaria comprometido. O investimento seria perdido sem o lançamento”, lamentou.
O lançamento custa em média R$ 120 milhões e deveria ter sido licitado no ano passado, porque são necessários dois anos para adaptação ao foguete contratado para o lançamento. Por causa do corte, o certame não foi aberto e permanece suspenso, sem previsão.
O satélite atuaria no combate aos desmatamentos ilegais e queimadas. O equipamento é necessário para a modernização do serviço, que já feito pelo Inpe há 20 anos.