A escalada do dólar se estendeu hoje pela sétima sessão consecutiva, deixando a cotação perto de sua máxima histórica em termos nominais. O tamanho do salto até agora é de 6,59%, incluindo um avanço de 1,71% só nesta quinta-feira. E agora a moeda é cotada em R$ 4,1222, sendo superada apenas pelo fechamento de R$ 4,1631 em 21 de janeiro de 2016. A primeira vez que o dólar bateu R$ 4 foi em 2002, durante a corrida presidencial que resultou na eleição de Lula. Fazendo os ajustes para os valores atuais, o dólar ainda teria de subir para mais de R$ 7 para igualar o nível de 16 anos atrás. De qualquer maneira, o avanço atual da moeda não deixa dúvida sobre a piora da percepção de riscos.
Em números de sessões, a sequência de altas só é superada pelos oito avanços ininterruptos que duraram de 20 até 29 de agosto de 2012, numa alta acumulada de 1,64%.
E a escalada atual é maior que os seis avanços consecutivos de maio (do dia 11 até o 18) tanto em número de sessões quanto em intensidade. Naquela época, o mercado foi tomado pela forte alta do dólar no exterior, que gerou avanço de 5,49% no dólar. Para evitar um aprofundamento da espiral negativa do mercado brasileiro, o Banco Central fez vendas bilionárias de swap cambial. Foram injetados US$ 43,62 bilhões nesse instrumento que equivale à venda de dólares no mercado futuro. O estoque total desses contratos subiu para US$ 67,4 bilhões.Desta vez, entretanto, a autoridade monetária ainda não se pronunciou sobre uma eventual intervenção no câmbio. E o novo salto do dólar aumenta a ansiedade no mercado, que aguarda alguma sinalização do Banco Central sobre o comportamento do câmbio.