As atenções dos fãs de futebol em todo o mundo estarão voltadas hoje para Zurique, na Suíça, às 15h30 (de Brasília), quando começará a cerimônia de premiação do Fifa Bola de Ouro’2015. Os craques Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo disputam o prêmio mais cobiçado, o de melhor jogador do ano. Mas outras categorias também serão premiadas, entre elas a do gol mais bonito, em que outro brasileiro está concorrendo, o atacante Wendell Lira.
A última vez que um brasileiro esteve entre os três finalistas foi em 2007, quando Kaká ficou com o prêmio. Para o atual jogador do Orlando City, dos Estados Unidos, não há uma explicação única para esse período de ausência de brasileiros na premiação. “É difícil identificar um só motivo para isso, mas deve servir de alerta ao futebol brasileiro”, afirmou, em entrevista ao site da Fifa. Para ele, formar um jogador para ganhar a Bola de Ouro “não é uma tarefa fácil”.
Na avaliação de Kaká, o atacante Neymar “tem melhorado muito desde que foi jogar na Europa”. “Seu jogo é muito mais maduro. Agora é questão de tempo para que ele seja o primeiro”, estimou. O armador, em 2007, derrotou Messi e Cristiano Ronaldo, que, desde então, dividiram todas as edições do prêmio. Kaká considera isso justo, pelo talento de ambos: “Sempre havia revezamento entre os vencedores: Ronaldo e Zidane ganharam três vezes, mas com outro jogador, como Figo, Ronaldinho Gaúcho, eu, Rivaldo, Cannavaro… Então, veio essa sequência de Cristiano e Messi. Apenas dois e é justo pelo que vêm fazendo ano após ano”.
Além do melhor jogador do ano, serão conhecidos hoje a melhor jogadora de 2015, o melhor treinador do futebol masculino e o do futebol feminino e o gol mais bonito, que leva o Prêmio Puskas. O atacante goiano Wendell Lira tenta superar o craque Messi, com o gol que marcou pelo Goianésia no Campeonato Goiano, contra o Atlético-GO, no Serra Dourada, em março do ano passado. O jogador de 26 anos, revelado pelo Goiás e com passagens por URT e Tombense, está no Vila Nova-GO. O único brasileiro que já ganhou o Prêmio Puskas, criado em 2009, foi Neymar, pelo gol que fez com a camisa do Santos contra o Flamengo, na Vila Belmiro, em 2011.
Dois anos e meio no futebol europeu foram suficientes para o atacante Neymar se tornar finalista do prêmio de Melhor Jogador do Ano, igualando-se aos já consagrados Messi e Cristiano Ronaldo, que dominam a premiação desde 2008. O ex-santista concorre ao prêmio máximo depois de ser decisivo na conquista dos títulos da Liga dos Campeões da Europa, do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei pelo Barcelona, em 2015.
Aos 23 anos, Neymar vive seu melhor momento dentro de campo – o mesmo não se pode dizer fora, com os problemas na Justiça espanhola quanto à sua transferência do Santos –, tem desequilibrado jogos e ameaça a disputa quase pessoal entre Messi e Ronaldo Ronaldo, que dominam o futebol mundial. Sua melhor colocação na premiação foi um quinto lugar em 2013. A contusão no joelho de Messi abriu caminho para o brasileiro, e o jogo símbolo dessa fase foi a goleada por 5 a 2 sobre o Rayo Vallecano, pelo Campeonato Espanhol, em 17 de outubro. Sem o craque argentino, coube ao brasileiro levar o Barça à virada no placar, com quatro gols e assistência para o outro, marcado por Luis Suárez. Nas cinco rodadas seguintes, Neymar marcou mais seis vezes.
Em dois anos e meio de Barcelona, Neymar passou de um status de promessa a um dos pilares da atual campanha do clube. Quem o criticava por seu estilo cai-cai também viu um jogador que amadureceu, evitou cortes de cabelo mais ousados e passou a ser mais generoso com os companheiros. A final da Liga dos Campeões, contra o Juventus, em Berlim, em 6 de junho, confirmou sua importância para a equipe catalã: o brasileiro fechou o placar na vitória por 3 a 1 e, além de se igualar a Messi e Cristiano Ronaldo como artilheiro da edição com 10 gols, tornou-se o primeiro jogador a marcar tanto numa decisão de Libertadores quanto na final da principal competição de clubes do futebol europeu.