Com problemas financeiros desde o início do ano, a Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp) em São José dos Campos (SP) enfrenta dificuldades para colocar as contas em dia e ameaça suspender as atividades em maio. Segundo a diretoria, as dívidas da entidade chegam a R$ 1,1 milhão e atingem, principalmente, os serviços de manutenção.
De acordo com o diretor do campus Luiz Leduíno, os pagamentos para serviços básicos de manutenção como água, luz e vigilância estão atrasados desde fevereiro. Para ele, os débitos foram motivados pela redução na verba destinada a universidade. “Houve uma redução de cerca de 40% no valor repassado para gente e o orçamento para 2015 ainda não foi aprovado”, afirmou.
Leduíno afirmou que tem pedido ao apoio ao Ministério da Educação e enviou uma carta na semana passada ao novo ministro Janine Ribeiro, que assumiu a pasta no início do mês. “Se o Ministério da Educação não tomar providências, vamos ter que interromper as aulas. A situação está se agravando mesmo, estamos pedindo socorro”, afirmou.
Devido à falta de recursos, os estudantes dos dois campus da cidade já começam a ter a rotina de estudos afetada. Na semana passada, os serviços de cópias foi interrompido devido a falta de verba para comprar papel. A diretoria também suspendeu os serviços para envio de correspondências.“Cortaram os elevadores e também diminuíram a vazão da água. Aos poucos está tudo sendo cortado. Já estamos começando a ter que pagar por serviços que são direito nosso”, afirmou a estudante Larissa Pereira Santos da Silva, de 22 anos.
Atualmente, a Unifesp conta com cerca de 1,3 mil alunos em duas unidades que oferecem cursos de graduação e pós-graduação na cidade.
Outro lado
Por meio de nota, o MEC não comentou se houve corte nos repasses para a universidade e também não comentou o problema específico da unidade. A pasta informou que liberou R$ 1,38 milhões para custeio e investimento das instituições federais até março e que está em diálogo com as diretorias para esclarecer quaisquer dúvidas. O MEC também afirmou que as instituições têm autonomia na gestão do próprio orçamento.