Com déficit de policiais civis, o Vale do Paraíba deve receber em abril 12 novos delegados. Apesar do reforço minimizar a falta de agentes na corporação, não supre a demanda por profissionais diante da ‘defasagem’. Outros 31 escrivães, além de investigadores e policiais técnico-científicos também devem ser convocados para compor o efetivo na região. No caso das duas últimas funções, não há o número de agentes que serão enviados pelo Estado.
A vinda dos policiais foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em visita à região nesta terça-feira (28). Segundo ele, serão no estado 80 novos delegados, 79 investigadores, 283 escrivães e 124 policiais técnico-científicos. “A maior parte será para o Vale”, garantiu o tucano. Contudo, ele não informou o total do efetivo virá para a região.
O secretário de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa, que acompanhou a visita, disse que serão 12 delegados e 31 escrivães – as cidades onde serão alocados não foi definida. Em relação aos outros profissionais, o destino deles também será avaliado.
A região, segundo a própria Polícia Civil, tem 400 agentes a menos do que seria o ideal. São 1,3 mil servidores na corporação atualmente.
Com o efetivo reduzido, cidades com menos habitantes ‘dividem’ delegados. No litoral, o mesmo profissional fica responsável pelas ocorrências das quatro cidades nos plantões e atende por videoconferência aos finais de semana. Em Taubaté, delegados dão plantões em mais de uma delegacia. Caçapava conta com apenas um delegado.
Perícia
No caso da Polícia Científica, segundo o sindicato dos peritos, a região precisa de mais 38 profissionais até o final do ano. O ideal seria que cada perito atendesse 25 casos por mês. Em São José, essa média é de 58,4 .
A Polícia Militar também sofre com o enxugamento. O efetivo é o mesmo há 15 anos, enquanto a população cresceu 20% no período. Não há previsão de prazo para o envio de novos PMs para o Vale.
O prefeito de Taubaté, Ortiz Júnior (PSDB), aproveitou a visita do governador para cobrar, por meio de ofício, que a cidade receba Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária para a realização de escoltas de presos. Esse agentes, ligados à secretaria de Administração Penitenciária (SAP), realizam essa atividade na capital, mas não há efetivo no interior do estado.
Nessas cidades, o trabalho é realizado pela PM. “A polícia de Taubaté tem um desfalque diário de 80 policiais, que saem do policiamento da cidade para fazer o trabalho de escolta”, disse o prefeito.
No Vale, segundo a PM, são realizadas 6 mil escoltas por ano, o que gera um custo estimado de R$ 1,3 milhão.
O governador defendeu a realização de videoconferências, nas quais os detentos são julgados à distância, das próprias penitenciárias. Ele disse que há negociação com o Tribunal de Justiça (TJ-SP) para a ampliação desse modelo.