A Colômbia voltou atrás e anunciou nesta quinta-feira (13) que manterá a colaboração em inteligência com os Estados Unidos. Aliados históricos, Washington e Bogotá vivem uma crise diplomática devido aos ataques americanos a embarcações no Caribe e no Pacífico. Na terça (11), o presidente Gustavo Petro anunciou em um post no X que havia ordenado a suspensão do envio de informações de inteligência aos EUA devido à ofensiva militar.
“Ordena-se, em todos os níveis de inteligência da força pública, suspender o envio de comunicações e outros contatos com agências de segurança dos Estados Unidos”, escreveu o colombiano, que tem sido uma das vozes regionais mais críticas contra a ação de Donald Trump.
A medida, porém, não repercutiu de maneira positiva internamente. Após críticas da oposição e de militares, o ministro do Interior, Armando Benedetti, foi às redes sociais afirmar que “houve uma má interpretação” por parte da imprensa e de funcionários do governo.
O atual presidente é o primeiro líder colombiano de esquerda e crítico aberto de Trump, com quem tem tido atritos desde que o republicano voltou à Casa Branca. Na outra ponta, Trump acusa o governo do país latino-americano de ser cúmplice no comércio ilícito de substâncias.
O republicano chamou o colombiano de “líder de drogas ilegais” e, logo em seguida, o Pentágono anunciou que havia destruído uma embarcação supostamente pertencente à guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN).
A Casa Branca impôs sanções a Petro sob o argumento de que ele contribui “com a proliferação internacional de drogas”. O colombiano retrucou dizendo ser alvo “depois de lutar contra narcotraficantes com eficiência por décadas”.
Os ataques dos EUA a embarcações já mataram ao menos 75 pessoas desde setembro . A Casa Branca diz que combate o tráfico de drogas, mas as ações são criticadas por governos da região, opositores e especialistas jurídicos, que não enxergam legalidade na ofensiva.
