Protesto dos caminhoneiros puxa alta e cesta básica fica 1,20% mais cara na região
A paralisação dos caminhoneiros, que provocou desabastecimento de produtos e combustível, puxou a segunda alta consecutiva no preço da cesta básica em 2018. Segundo pesquisa do Núcleo de Pesquisas Econômico Sociais (Nupes), da Universidade de Taubaté, o valor da cesta no Vale do Paraíba subiu 1,20% em maio.
A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (11) e levantou preço dos itens essenciais de alimentação e higiene durante o mês de maio. De acordo com a pesquisa, dez dos 44 produtos da cesta básica apresentaram altas significativas entre a primeira e a última semana de maio – no auge da paralisação. A inflação oficial em maio no país foi de 0,4%.
A maior vilã dos preços foi a batata. O custo médio do quilo na região era de R$ 2,80 na primeira semana e chegou a R$ 4,45 no fim do mês; seguida pelo tomate com variação de 29%, passando de R$ 5,32 para R$ 6,87 e o frango, com alta de R$ 4,72 para R$ 5,80.
Segundo o Nupes, a mudança de preço nos três produtos que puxaram a alta foi reflexo da paralisação. Com os problemas logísticos, houve desabastecimento de hortifrúti e carnes. Os três produtos eram escassos na região e tinham alta procura.
De acordo com o economista do Nupes, Edson Trajano, em maio a tendência era de que os preços se mantivessem, mas o desabastecimento provocou alta em produtos essenciais.
“Vínhamos em baixa na primeira semana de maio e depois os produtos de hortifrúti e frango levaram ao aumento, isso por reflexo do desabastecimento. A greve impactou o setor agrícola e agora esperamos que os preços voltam a baixar até a segunda quinzena, que é quando o campo vai ter recuperado o prejuízo”, explica Trajano.
Apesar da expectativa de normalização, o valor do próximo mês depende da estabilização do dólar que pode elevar produtos como farinha, açúcar e óleo de soja.