A cesta básica fechou 2016 com aumento de 12% no Vale do Paraíba – a alta na região é a maior para um ano desde 2007. Além disso, o aumento de janeiro a dezembro do ano passado foi o dobro da inflação do período, de 6,29% segundo o IBGE.
Isso é o que revela uma pesquisa do Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes), da Universidade de Taubaté sobre a evolução do preços da cesta em 2016. O levantamento foi feito em supermercados de São José dos Campos, Taubaté, Caçapava e Campos do Jordão.
O consumidor no Vale do Paraíba, que desembolsava com a cesta, em média, R$ 1.364,17 em dezembro de 2015, pagava no último mês, em média, R$ 1.529,34 – aumento de R$ 165,17. Esse é o quarto ano consecutivo que a região tem aumento nos preços acima do índice da inflação.
Em 2016, houve uma sequência de oito meses consecutivos de alta, sendo a maior em março, quando chegou a 2,54%. Nos últimos dois meses, contudo, houve desaceleração nos preços. Em novembro, a queda foi de 0,12%; e em dezembro, a queda foi de 0,82%.
O economista do Nupes, Edson Trajano, explica que esse índices seguiram a tendência nacional de elevação dos preços na primeira metade do ano, com um princípio de redução a partir de setembro. O aumento dos preços tem diferentes explicações, sendo as principais o agravamento da crise e as condições climáticas que prejudicaram a produção.
A boa notícia é que os preços devem continuar em queda ou, ao menos, permanecer estáveis nos próximos meses. “Isso por dois motivos, um é que temos uma boa safra agrícola neste ano, que garantirá uma boa oferta de alimentos. O outro, nem tão bom assim, é que existe uma queda de consumo por parte das famílias, devido ao endividamento”, disse.
Produtos
Em dezembro, a cesta básica mais cara foi a de Campos do Jordão, ao custo médio de R$ 1.534,66. Na outra ponta está a de São José dos Campos, pelo custo médio R$ 1.523,25.
No mês passado, os produtos que tiveram maior alta foram: banana nanica, que está 15,86% mais cara; banana prata, que aumentou 13,92%; e mandioca, cujo preço subiu 6,60%.
Já os produtos que ficaram mais baratos em dezembro foram: feijão carioquinha, que teve queda de 21,77%; tomate, com redução de 11,79%; e leite em caixa, com preço 11,29% menor.
O economista destaca que a crise afeta o padrão de consumo das famílias. Um exemplo é a carne. “Com o aumento no preço da carne bovina, as pessoas deixaram de comprar e migraram para a carne de frango e ovos. Com a procura, o preço desses itens teve elevação”, afirmou.